segunda-feira, 4 de junho de 2018

Review: ⚡ Svvamp - ‘2’ (2018) ⚡

Depois de uma tão auspiciosa e encantadora estreia com o lançamento do seu disco homónimo datado de 2016 (review aqui), este adorável power-trio sueco – sediado na cidade sulista de Jönköping – está de regresso com o seu segundo álbum ‘2’. Apesar do seu nascimento estar agendado apenas para o próximo dia 8 de Junho na forma física de CD e vinil pela mão do produtivo selo discográfico norte-americano RidingEasy Records, este novo álbum de Svvamp acaba de ser disponibilizado para escuta integral na sua página oficial de Bandcamp. Antes de me delongar na desconstrução lírica de ‘2’ é justo começar por confessar que este se tratava de um dos registos por mim mais aguardados do ano e, portanto, foi com uma grande urgência e desmedido entusiasmo que me lançara na sua escuta. A par do que já sucedera na produção do seu disco de estreia, ‘2’ vem nutrido e conduzido por um atraente, ritmado, relaxado e apaixonante Heavy Blues de ares revivalistas que – em parceria com um vistoso, oleado, requintado e vigoroso Hard Rock – nos reencaminha para a dourada e nostálgica era setentista. A sua sonoridade transpira e resplandece um intenso e doce erotismo por todos os seus poros, causando no ouvinte um intenso deslumbramento que o envolve, massaja e embrenha na sua edénica melosidade. Existe algo de verdadeiramente irresistível na mística essência de ‘2’ que nos obriga a vivenciá-lo de olhar desmaiado, sorriso talhado no rosto, e corpo detidamente entregue a um hipnótico e serpenteante bailado. Na essência deste maravilhoso tridente nórdico, está uma guitarra sumptuosa que se envaidece e estarrece em ardentes, doces, harmoniosos e comoventes riffs, e se agita e excita em solos borbulhantes, ácidos, alucinógenos e delirantes, uma voz aveludada, agradável, melódica e cuidada que se passeia e pavoneia graciosa e livremente, um baixo groovy – soberbamente conduzido e sombreado a linhas pulsantes, robustas e dançantes – que hasteia, ostenta e segura firmemente o riff base sem nunca o perder de vista, e uma provocante bateria de atitude Funk’eana que tempera e apimenta toda a quente e libidinosa ritmicidade de ‘2’. Este é um disco estupendo – cozinhado e executado a delicadeza, paixão e capricho – que nos inspira, fascina e extasia do primeiro ao derradeiro tema. Deixem-se enfeitiçar pela desarmante e transbordante sublimidade deste segundo e novo álbum de Svvamp e vivenciem com total feitiço e veneração aquele que no final do ano estará indubitavelmente perfilado por entre os melhores dos melhores discos nascidos em 2018. Uma pura ode epicurista de adoração e consagração aos sentidos e alma de quem nele invista.

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