Depois de lançados e
devidamente saboreados os deliciosos EP’s ‘Dazed Hill’ (2015) e ‘Imaginary
Sun’ (2016), o power-trio
turco Uluru reaparece agora em cena
com a apresentação e promoção do seu primeiro trabalho de longa duração apelidado
de ‘Acrophilia’.
Lançado hoje mesmo nos formatos físicos de CD e vinil, este seu primeiro álbum
de longa duração vem reforçar a receita sonora já ensaiada e praticada nos dois
registos que o antecederam. Temperado por um envolvente, místico, edénico e provocante Heavy Psych de textura pérsica e orientado
a inflamantes, exóticas e fascinantes jams
de natureza unicamente instrumental, este ‘Acrophilia’ atesta a alma do
ouvinte com uma redentora e sonhadora endorfina que o mantém fora da órbita
consciencial. A sua sonoridade imensamente viajante, enigmática e deslumbrante serve
de propulsora à nossa espiritualidade, disparando-a a toda a velocidade pela
negra vacuidade de um Cosmos meditativo, sonolento e lenitivo. Deixem-se
dissolver e embevecer na mais profunda intimidade desta contemplativa hipnose que
nos intriga, enfeitiça e petrifica num pleno estádio de imperturbável transe. Recostem-se
confortavelmente, tombem as pálpebras e embarquem nesta imersiva odisseia pela
infinidade espacial à extasiante boleia de uma guitarra verdadeiramente encantadora
que tanto se ameniza, envaidece e alcooliza em suavizantes, delicados e
apaixonantes acordes de uma inenarrável beleza tântrica, como se exterioriza em
desgovernados, alucinantes e narcotizantes solos de elevada toxicidade, um magnetizante
baixo de respiração pesada, fluída, escurecida e compenetrada, uma instigante bateria
de ritmicidade fogosa, tentadora e revitalizante, e ainda um sintetizador de
essência sideral que pulveriza toda a fantástica atmosfera de ‘Acrophilia’
com a sua airosa fragância estelar. De estender ainda o elogio ao fantástico artwork sublimemente pincelado pelo
ilustrador turco Kadir Kayserilioğlu que confere a esta renovada e inspirada obra de Uluru toda uma arrebatadora
aura celestial. Inalem toda esta psicotrópica poeira cósmica bafejada pela
adorável formação sediada na arábica cidade de Istambul e sintam-se transcender num súbito delírio rendilhado a misticismo e maviosidade.
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