Os primeiros raios lançados pelo
sol rasgaram aquele céu grisalho, aquela persiana semi aberta e iluminaram o
teu rosto. Escorregaram ao longo das tuas curvas faciais e aprisionaram-se nos
teus longos e ondulados cabelos cor de noite. As tuas pálpebras confessaram
manter-se recolhidas. Respiravas suavemente, num pêndulo onírico pela
infinidade da tua inconsciência. E ali estava eu, a teu lado, embebido em todo
aquele encanto resplendoroso. Poderia estar milhões de anos a olhar-te que
nunca me cansaria. Existiriam sempre descobertas que me perpetuariam em ti. Existiriam
sempre os mais convincentes motivos para que viajássemos juntos muito para lá
do horizonte da eternidade. É aí que pertencemos. É aí que habitamos. Sempre.
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