Depois de apresentados dois EP’s
(o último dos quais aqui referenciado e elogiado), o power-trio finlandês
Meteor Vortex resolvera agora distender as suas viajantes jam’s e
assim estrear-se no que a registos de longa duração diz respeito. Oficialmente
lançado hoje mesmo através do selo discográfico Kozmik Artifactz sob a
forma física de vinil, ‘Spiraled Beyond The Reach’ vem dotado de
um embriagante, magnético, místico e alucinante Heavy Psych forrado pelo
negro veludo cósmico, e de um enigmático, lenitivo, envolvente e onírico Space
Rock conduzido e nutrido a experimentalismo. A sua sonoridade de propensão mântrica
tem o dom de nos massajar e sepultar num profundo estádio letárgico –
dissolvendo a nossa consciência nas turvas, negras e profundas águas do espaço
sideral – e de seguida arremessar-nos violentamente através de um atordoante vórtice
que nos sorve a lucidez e arrebata de embriaguez. Inspirados pela sónica vertigem
de Earthless e pela nirvânica combustão de Electric Moon, estes
três jovens nórdicos naturais de Kouvola apontam os seus instrumentos aos mais recônditos
lugares do Cosmos, embalando o ouvinte numa fantástica odisseia por entre pitorescas
nebulosas de cores vibrantes, solitários, idosos e bocejantes corpos celestes
de vida esbatida, e chamejantes fornalhas estelares. ‘Spiraled Beyond The
Reach’ baloiça-nos de uma temulenta narcose a uma louca hipnose. De
olhar petrificado, narinas dilatadas e cabeça detidamente entregue a uma dança
orbital, somos enfeitiçados e domados pela densa e intrigante reverberação bafejada
por um baixo baloiçante, tonificado, ensombrado e hipnotizante, pelo berrante exotismo
alienígena vomitado por uma guitarra que se manifesta em dominantes Riffs
de beleza esotérica e vertiginosos solos de elevada toxicidade, e pelo
catártico galope imposto por uma provocante bateria que tiquetaqueia e incendeia
toda esta criativa, extraordinária e evolutiva digressão espacial. O artwork
de atmosfera visual a fazer recordar o icónico ilustrador francês Jean Giraud (aka
Moebius) é da autoria do artista finlandês Matti Pitkämäki. Deixem-se
abraçar, seduzir, inebriar e euforizar pelas quiméricas e despretensiosas jam’s
instrumentais de Meteor Vortex, e testemunhem todo o vistoso esplendor
de um dos álbuns mais libertadores de 2019.
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