quinta-feira, 27 de julho de 2023

🦘 Kahvas Jute - "Odyssey" (1971)

🎁 Metallica - 'Ride the Lightning' (27/07/1984)

🐓 MOUNDRAG & FRIENDS - Atomic Rooster Session (Part II)

Depois de aqui lançada – com estreia exclusiva em território português através do El Coyote – a primeira parte da incrível sessão que celebra toda a transbordante devoção (que é minha também) aos dinossauros britânicos do Rock Progressivo clássico Atomic Rooster por parte do talentoso quarteto composto pelos irmãos franceses Moundrag (Camille & Colin Goellaen) e dois amigos muito prendados (Claudia Gonzalez e Dorian Sorriaux), está agora disponível (uma vez mais com exclusividade portuguesa dada ao El Coyote) a muito aguardada segunda (e derradeira) parte do tributo. É à absorvente boleia da luminosa, caramelizada e sumptuosa voz de clima Soul e baixo quente, elástico e hipnótico de Claudia, da acrobática, enfática e estonteante bateria de estética circense e fresca voz de Colin, dos intrigantes, esvoaçantes e enleantes serpenteios de um carismático órgão furiosamente conduzido pelo Camille que ainda nos brinda com a sua sóbria voz de expressiva entoação burlesca, e ainda da desarmante guitarra de uma apurada e detalhada elegância aristocrática, superiormente manejada pelo Dorian, que alcançamos todo o intenso e encerado brilhantismo deste virtuoso quarteto na sua irrepreensível interpretação dos apaixonantes temas “Breakthrough” (originário do álbum ‘In Hearing Of Atomic Rooster’ de 1971) e “Tomorrow Night” (extraído do álbum ‘Death Walks Behind You’ de 1970).

Uma deliciosa iguaria gourmet de aroma vintage, cuja vossa degustação não mais atrasarei:

quinta-feira, 20 de julho de 2023

🦥 Monolord - "It's All the Same" (2023, Relapse Records)

🌆 Night Beats - 'Rajan' (2023, Suicide Squeeze Records & Fuzz Club)

🦁 Santana - 'Santana' (1969)

🎁 Chris Cornell // Soundgarden (20/07/1964 🎗 18/05/2017)

📸 Chris Cuffaro

🎁 Carlos Santana (20/07/1947)

🐓 MOUNDRAG & FRIENDS - Atomic Rooster Session (Part I)

O irreverente power-duo francês Moundrag (formado pelos irmãos Camille e Colin) e os seus talentosos amigos Dorian Sorriaux (ex-guitarrista francês de Blues Pills) e Claudia Gonzalez (baixista / vocalista dos espanhóis Cachemira) uniram esforços criativos em estúdio e dessa brilhante e instantânea simbiose resultara um majestoso, caprichoso e surpreendente tributo à clássica e carismática banda britânica Atomic Rooster, que fora superiormente liderada pelo exuberante teclista Vincent Crane. Nesta primeira parte da sessão gravada e misturada em apenas um dia (aqui em estreia exclusiva em Portugal e que será lançada oficialmente amanhã), o habilidoso quarteto multinacional reproduz inspiradas, fascinantes e imaculadas versões cover de “Friday The Thirteenth” (tema introdutório do homónimo álbum de estreia de Atomic Rooster, lançado em 1970) e “Black Snake” (provavelmente o tema mais popular da histórica banda, presente no ‘In Hearing Of Atomic Rooster’ de 1971). Dois temas verdadeiramente enfeitiçantes que fazem salivar todos aqueles que – como eu – reverenciam estes dinossauros do Progressive Rock. O tributo é encarado de forma tão séria e fiel às origens, que até a caricata cena da sandwich mordiscada pelo bem-humorado vocalista Chris Farlowe (enquanto este interpreta entre tímidos sorrisos e dentadas gulosas uma versão ao vivo de “Black Snake” em 1972), é aqui irrepreensívelmente replicada pela vistosa vocalista Claudia. Escreve o duo francês acerca deste tributo:

"We have recorded and mixed this tribute in one day without rehearsal just for fun and to honor our favorite heavy occult psych band Atomic Rooster.

We recorded and filmed live on a vintage Neve 51 mixing table.

We are really big fan of Atomic Rooster since a really long time, and when we met Dorian and Claudia who are really fans too we decided to make a tribut to this underground Heavy Rock band.

We recorded four songs:

Part I:

"Friday the 13th", from the 1st album.

"Black Snake", from the album "In hearing of" (Farlowe sandwich version).

Part II:

"Breakthrough", from the album "In hearing of"

"Tomorrow Night", from the album "Death walks behind you".

Many thanks to Vincent Crane and his fellows for made this great music. May the Prog be with you for eternity and beyond."

A título de informação complementar, recordar que Moundrag assinara recentemente pela companhia discográfica espanhola Spinda Records para distribuição em Portugal e Espanha, e o fruto desta primeira colaboração entre a banda francesa e o selo espanhol chegará no próximo dia 27 de Setembro com a reedição em formato vinil do seu último trabalho ‘Hic Sunt Moundrages’ (aqui trazido e imoderadamente elogiado), cuja pré-encomenda do mesmo já se encontra disponível através do website : www.spindarecords.com.

Sem mais delongas…

sexta-feira, 7 de julho de 2023

🦅 Cher, 1971

🌞 Rostro Del Sol - "El Ritual" (2023, Stolen Body Records)

🚀 Yawning Balch - 'Volume One' (2023, Heavy Psych Sounds)

Review: ⚰️ Wizard Master - 'Ablanathanalba' (2023) ⚰️


★★★★

Ouve-se o badalar dos sinos da capital italiana que assinala o nascimento do novíssimo álbum do tridente romano Wizard Master, intitulado ‘Ablanathanalba’ e lançado sob os formatos LP e digital pelo selo discográfico, seu compatriota, Electric Valley Records. Embruxado por um narcotizante, cadavérico, luciférico e intrigante Proto-Doom de indiscreta inspiração trazida de Electric Wizard, e intoxicado por um enfeitiçante, nebuloso, ocioso e atordoante Heavy Psych a fazer recordar Uncle Acid & The Deadbeats, esta obra dos italianos é um irresistível incitamento à selvajaria, semeando e disseminando o caos e o horror. De motores barulhentos e vibrantes, tubos de escape salivantes e fumegantes, e punhos rolantes à alucinante boleia de vistosas Choppers que cruzam e atormentam as poeirentas estradas do deserto, os rebeldes Wizard Master deixam um inapagável rasto de negrura, perversão e diabrura. Este poderoso álbum de alma umbrosa, pecaminosa e irreverente – que poderia ser a banda-sonora perfeita de clássicos filmes de culto como MotorPsycho! (1965, Russ Meyer), The Wild Angels (1966, Roger Corman), The Born Losers (1967, Billie Jack), Hells Angels on Wheels (1967, Richard Rush) e Hell’s Angels ’69 (1969, Lee Madden) – persegue, cerca e embrulha o ouvinte numa terrífica, hermética e inquebrável hipnose que o engole numa enlouquecedora, febril e infindável espiral. Uma atmosfera verdadeiramente sufocante, fantasmagórica e inflamante que nos trava a respiração, empalidece o semblante, dilata as pupilas e proíbe de pestanejar. Embarquem nesta motorizada cavalgada infernal – que arranca ferozmente no incandescente asfalto por entre gargalhadas sádicas, olhares belicosos, gritos desesperados, correrias desenfreadas e um penetrante odor a gasolina –, locomovida e enegrecida por uma guitarra rastejante de gordurosos, bolorentos, vagarosos e purulentos riffs de entoação Black Sabbath’ica – electrificados pelo chamejante, áspero e crocante efeito Fuzz –, de onde esvoaçam solos avinagrados, luminosos, oleosos e encaracolados, um baixo de intensidade sísmica que murmura linhas ventosas, possantes, bafejantes e fibrosas, uma flamejante bateria vergastada a ritmicidade explosiva, forte, pausada e incisiva, um teclado esotérico de mugidos luciféricos, hipnóticos e arrepiantes, e uma voz demente, ácida, vampírica e erodente que ecoa e amaldiçoa pelas distópicas paisagens de ‘Ablanathanalba’. São 47 minutos corroídos por uma ardência altiva, trevosa e nociva que nos mumifica, terrifica e sepulta num sarcófago. Um registo críptico, fúnebre e morfínico – de exalações esverdeadas e odores putrefactos – que nos profana a religiosidade. Uma negra e apocalíptica liturgia de inescapável fascinação que nos envolve, revolve, demoniza e devolve às ruas. Conspurquem-se nele.

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