De copo de cerveja na mão, cambaleei discretamente rumo ao Hard Club no Porto. Quando entrei nas imediações do mesmo, já os Spindrift remodelavam a sala 2, fazendo desta um autêntico Saloon. Com a sua sonoridade familiarizada com os ventos calorosos do velho Oeste Norte-Americano, foi-me fácil imaginar todas as paisagens que acompanhavam um solitário cowboy debaixo do sol, na sua jornada despreocupada ao longo do deserto. Levanto o polegar a estes senhores, pois gostei bastante da sua ambiência sonora. Tempo para envolver os meus pulmões num manto verde (interpretem como bem quiserem), e regressar ao interior do Hard Club para ver os tão esperados Dead Meadow. Ao primeiro toque nas cordas da guitarra, senti-me logo deambular pelas húmidas e pardacentas florestas tão características da sonoridade de Dead Meadow. Depois de um inicio um tanto inconsistente, os 3 eremitas recuperaram os velhos trilhos das suas infindáveis florestas, e brindaram os presentes com o seu som bem corpulento, voluptuoso, arrastado e ébrio. Uma vez pisada a floresta Dead Meadow, não mais consegui sair desta durante todo o concerto. Bem no seio desta Floresta decadente e entorpecida, senti-me levitar por caminhos que os riffs de Dead Meadow iam desobstruindo. Foi uma autêntica caminhada pelos mapas da fantasia e devaneio. Quando a guitarra, baixo e bateria se calaram, ainda permanecia de cabisbaixo e olhos cerrados. Num esforço, abri as pálpebras e denotei que só a minha cabeça havia vagueado para bem longe dali. Ainda atentei para as minhas calças de ganga, não fossem estar estas sujas de musgo.
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