segunda-feira, 22 de outubro de 2012

On the Road (2012) de Walter Salles

No verão de 2010 terminava de ler um dos livros da minha vida. “On the Road” de Jack Kerouac mudava a minha vida e a forma como a passaria a viver desde então. Nunca um diário me cativara tanto como “On the Road”, escrito em plena viagem pela descoberta de um ideal (que poderia levar Kerouac à salvação ou à perdição), cativou. Mas, como ele dizia, a estrada é a vida. Algures em 2011 soube que a adaptação desta obra literária para cinema estava na estrada. Fiquei completamente extasiado por poder ver todas aquelas palavras ganharem vida e forma. Mas conhecia também o risco de me desiludir, uma vez que “On the Road” pesava toneladas na minha consideração. A expectativa era enorme, do tamanho da admiração pela obra, e ontem, 21 de Outubro, pude – finalmente – ver o filme. Num equilíbrio pela ténue corda da incerteza, acabei por pender para o lado da decepção. Walter Saller (realizador) teve a coragem de estrear “On the Road” em cinema, e aplaudo-o apenas por isso. A mística que sobrevoou todo o livro não existe em filme, e até arrisco dizer, que grande parte dos espectadores que viram o filme e ainda não leram o livro, vão deixá-lo intacto nas bancas. Walter Salles tinha um argumento de excelência nas suas mãos, mas foi incapaz de lhe prestar um contributo justo. É um filme fraco, baseado num livro que tem a capacidade de conduzir vidas (como a minha).

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