No verão de 2010 terminava de ler
um dos livros da minha vida. “On the Road”
de Jack Kerouac mudava a minha vida e a forma como a passaria a viver desde então. Nunca um
diário me cativara tanto como “On the Road”,
escrito em plena viagem pela descoberta de um ideal (que poderia levar Kerouac
à salvação ou à perdição), cativou. Mas, como ele dizia, a estrada é a vida.
Algures em 2011 soube que a adaptação desta obra literária para cinema estava na estrada. Fiquei completamente extasiado por poder ver todas
aquelas palavras ganharem vida e forma. Mas conhecia também o risco de me
desiludir, uma vez que “On the Road”
pesava toneladas na minha consideração. A expectativa era enorme, do tamanho da
admiração pela obra, e ontem, 21 de Outubro, pude – finalmente – ver o filme.
Num equilíbrio pela ténue corda da incerteza, acabei por pender para o lado da decepção.
Walter Saller (realizador) teve a coragem de estrear “On the Road” em cinema, e aplaudo-o apenas por isso. A mística que
sobrevoou todo o livro não existe em filme, e até arrisco dizer, que grande
parte dos espectadores que viram o filme e ainda não leram o livro, vão
deixá-lo intacto nas bancas. Walter Salles tinha um argumento de excelência nas
suas mãos, mas foi incapaz de lhe prestar um contributo justo. É um filme
fraco, baseado num livro que tem a capacidade de conduzir vidas (como a minha).
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