sábado, 9 de novembro de 2013

Domadora - Tibetan Monk (2013)

É ainda de alma embevecida numa densa poeira ébria que escrevo estas palavras. Não é tarefa fácil traduzir para a escrita toda esta ressaca proveniente da audição de “Tibetan Monk” do trio parisiense Domadora. Este disco ascendeu à velocidade da luz até à mais elevada posição do meu espólio musical. É uma experiência tremendamente arrebatadora que nos faz velejar pela infinidade da leviandade. O ritmo a que é tocado é deliciosamente extasiante e atraente. Vai ser fácil surfar universo adentro ao som de uma guitarra em constante devaneio que, aprisionada a uma hipnotizante espiral, nos exorciza por completo. Vai ser fácil cerrar as pálpebras e apanhar a melhor boleia espiritual das nossas vidas ao volante de um baixo revigorante que arfa incansavelmente pelas estradas do cosmos. Vai ser fácil testemunhar a dissipação da adrenalina no nosso corpo com uma bateria que pauta e domestica toda esta emotiva e louca radiação. “Tibetan Monk” é toda uma praia de prazer, onde a vertente mais viajante do Rock e a sua face mais sombreada se encontram e correm de mãos dadas numa perfeita orgia de suspiros encantados. Domadora é uma envolvente odisseia a duas velocidades que nos enfeitiça e resgata a consciência para os lugares mais recônditos do Universo. Agarrem bem as rédeas deste cometa e presenciem a aurora da ataraxia. 

Depois de nascido este disco, a hegemonia “Earthlessiana” está (ir)remediavelmente ameaçada. Uma enorme vénia a Domadora que provocou em mim todo um carnaval de euforia do qual o meu coração ainda se ressente. Um dos discos da minha vida!  


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