Não será nada injusto julgar este
disco pela capa. “The Gateway”
encerra uma verdadeira inalação de THC que nos inunda a alma e arremessa para a
eterna servidão gravitacional. Este disco é a mais visceral ode ao lado mais
psicotrópico da música, e os efeitos sintomáticos da audição do mesmo em tudo
se assemelham ao da respiração da Cannabis. Sintam-se exilados nos melosos,
arrastados e delirantes riffs de duas guitarras e de um baixo que transpiram
uma musculada e eufórica dança que nos atormenta a lucidez e aprisiona à doce
paralisia. Sintam-se submergir com a fantasmagórica, gritante e cavernosa voz
que se debate contra a possante e distorcida remontada instrumental. Bongzilla
adjectiva-se como sendo o resultado da relação sonora entre Black Sabbath e
Sleep. Uma monolítica radiação esverdeada que nos amortalha e deixa num
profundo e ininterrupto êxtase. Uma onda de lisergia que se arrasta até nós e
em nós desmaia. Um turíbulo narcotizado que nos hipnotiza e submete aos mais
altos céus da leviandade. É um dos discos mais arrebatadores de que tenho
memória. Um verdadeiro charro composto pelo ‘Stoner Rock’ mais fumarento e pela
viscosidade do ‘Sludge Metal’.
Este disco chegou esta semana cá a casa (finalmente) e ainda me pergunto como terá passado no controlo aduaneiro. Fumem este disco e preparem-se para a levitação das levitações. E quando este terminar, sintam-se escravos da pesada e entorpecedora nebulosidade que ressaca nas vossas mentes. Um dos discos da minha vida!
“Just remember,
smoke fucking pot.” – Al Cisneros
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