Que belo namoro entre os
italianos Prehistoric Pigs e os Irlandeses Electric Taurus. Depois do inolvidável
“Wormhole Generator” (referenciado aqui),
Prehistoric Pigs dão continuidade à sua senda de belos registos com este split verdadeiramente ostentoso e
deslumbrante. A intensa radiação doomesca e o requinte de um Blues endiabrado
são os soberanos ingredientes desta estonteante e pesada descarga decibélica
que facilmente moverá os sobrolhos mais cépticos e conservadores. Os três temas
que compõem este disco abraçam-se na perfeição e proporcionam uma analgésica e
penetrante odisseia espiritual. Sintam-se conduzidos por riffs depressores,
monolíticos e carregados. Sintam-se seduzidos por solos de desarmante e
inenarrável beleza que se esperneiam numa fascinante e embriagada radiância.
Vai ser fácil obedecer a este disco. Vai ser fácil trespassarem as longínquas costuras
da consciência acordada à boleia de todo este cometa de natureza massiva,
hipnótica e estonteante. Prehistoric Pigs presenteiam-nos com uma viagem a duas
velocidades na órbita do Doom mais espacial e entorpecedor. Uma crescente
e ritmada cavalgada que nos enfeitiça ao longo dos seus 20 minutos de duração e nos abre
as comportas das glândulas salivares sem qualquer moderação. Já os Electric
Taurus apresentam-se sob a forma de um Blues sombreado pelo Stoner Rock. A sua
sonoridade pendula entre passagens deliciosamente contemplativas (sedadas por
uma guitarra bocejante que se esperneia com os seus extasiantes solos) e outras bem mais entusiásticas, provocadas por riffs robustos e demarcados que se adensam com supremacia e elegância. Este é um disco de enorme propensão
psicotrópica. Um dos discos do ano.
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