Se há coisa que espero de um
novo álbum proveniente de uma das minhas bandas favoritas, é que este se
mantenha fiel áquilo que me faz venerar o seu criador: A lealdade musical para
com as suas raízes. “Moksha” - o
novo álbum do quarteto germânico My Sleeping Karma
- representa isso mesmo: o prolongamento da sua religiosidade sonora. Conheci
MSK algures entre 2008 e 2009 e desde então que me convertera num incondicional
admirador da sua vertente sonora. Vi-os três vezes ao vivo (Munique, Madrid e
Moledo do Minho) e em todas elas ficara completamente assombrado com a sua
performance. “Moksha”
é todo um ritual hindu com propriedades tranquilizantes e imensamente
meditativas. No seguimento dos quatro discos que o antecedem, “Moksha” exala o
lado mais xamânico da música Rock, pulverizando a nossa alma com a inebriante
mistura entre o Psychedelic
Rock e o Space
Rock. Relaxem ao som de uma guitarra endeusada que se transcende com os
seus riffs contagiantes e solos de desarmante beleza; Deliciem-se com as sagradas
incursões de um baixo hipnoticamente dançante, com a atmosfera embriagante e
apaixonante de um sintetizador, e ainda com a sensibilidade rítmica conjugada
com a efusiva emancipação de uma bateria que transpira prazer. “Moksha” é um
disco para ser comungado num profundo estado de inércia. Deixem que a sua
natureza infinitamente sedutora e contemplativa faça germinar em vós toda uma
revolução espiritual que vos desprenderá rumo à ataraxia. Um dos discos do ano
está aqui.
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