Reino Unido, 1971. “Flying”
(também apelidado de “UFO2” e ainda “One Hour of Space Rock”) é o meu disco
favorito da banda inglesa UFO e considero-o o melhor exemplar de Space Rock (a par
do “Liquid” dos holandeses 35007) da história do sub-género. Este segundo disco
do quarteto inglês conta – ainda – com as afáveis brisas do Progressive Rock,
Psychedelic Rock e um Blues conduzido a baixas rotações. Conheci-o algures em
2008 e recordar-me-ei sempre do admirável impacto que este disco teve em mim. “Flying”
é uma fantástica narrativa visual que nos passeia a consciência pelo Cosmos
bocejante. Uma enternecedora e envolvente odisseia espacial de horizontes que
se renovam infinitamente e nos dilatam as pupilas. Testemunhem este aprazível
apocalipse às costas de uma guitarra imensamente contemplativa e expressiva que
se distende em solos gritantes, temperados com efeitos siderais e nebulosos. “Flying”
encerra um dos mais soberbos trabalhos de guitarra que presenciara. É verdadeiramente
hipnótico e aliciante vivenciar as suas incursões extraordinariamente imaginativas
e sensitivas. De destacar também o baixo dançante de cadências arrastadas e repetitivas
que nos tranquiliza e embebeda, e uma bateria pulsante e dinâmica que se exibe numa
constante adrenalina capaz de fazer salivar os nossos ouvidos. Este é um dos
mais recomendados discos dos 70’s. Comunguem esta verdadeira catarse sonora recostados,
de pálpebras recolhidas e sem distracções. Sintam-se os mais bem-sucedidos astronautas
ao longo de uma hora, e desbravem todas as fronteiras perceptuais do Cosmos.
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