Não é habitual escrever
sobre um álbum inacabado, mas a ambiência sonora dos primeiros três temas exibidos
por este power-trio natural de
Helsingborg, Suécia a isso me forçou. Esta jovem banda que promete ainda este
verão complementar o seu estreante disco com pelo menos mais três temas, pode –
assim – começar a colher os primeiros elogios. Se os restantes temas que ainda
estão em fase de produção partilharem a mesma natureza que oxigena estes três
já apresentados, não terei a mais pequena reserva em considerar “Montgolfière”
um dos grandes discos de 2015. Este disco musicalmente multifacetado ostenta a lenitiva
e fascinante mistura entre o Prog Rock,
Psych Rock e alguns elementos Jazzísticos, resultando numa profunda
odisseia tântrica que nos entorpece e encanta a alma ao longo dos seus 16
minutos de duração. “Montgolfière” traz consigo toda uma fragância étnica – consequente
da fusão entre o Psych/Prog Rock e o Jazz – que facilmente sequestrará a vossa atenção. Estes três temas
adjectivam-se bastante efémeros tendo em conta o voraz apetite que nos assola
aquando a sua audição. Adorem a guitarra meditativa que disfere anestésicos
solos e riffs xamânicos, o baixo modorrento
que se espreguiça prazerosamente a baixas rotações, e a bateria estimulante e
de orientação jazzística que enaltece toda esta embriagante sedução. “Montgolfière”
é um verdadeiro soporífero que nos tranquiliza e induz a um perfeito estado de
inércia. Vivenciem este deslumbrante sonho acordado que apenas peca pela curta
duração. Espero ansiosamente pela conclusão de “Montgolfière” que ameaça vir a tornar-se
num dos discos da minha vida.
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