EUA, 1971. Não é tarefa fácil escolher o meu disco favorito da admirável
e extensiva discografia de ZZ Top
(principalmente entre os três primeiros), mas a ter de o fazer (como agora me
sinto impelido a fazê-lo), escolheria o estreante “First Album”. Dois anos
depois de formada a banda norte-americana, acontece “First Album” e com ele
todo um renovado conceito do chamado Blues-Rock.
Não tenho qualquer reserva em considerá-lo um dos discos mais sedutores da
história da música Rock. A então jovem banda texana apresentava ao mundo o seu Blues poeirento, selvagem, sujo e oxidado tão bem conduzido
e domado. Este disco obriga-nos a
vivenciá-lo dançando-o de olhos cerrados e com um sorriso indiscretamente embriagado.
É a reacção natural quando confrontados com esta verdadeira obra-prima. Sendo
um facto incontestável considerar Billy
Gibbons um dos mais talentosos guitarristas de sempre, terei todo o prazer
em alimentar ainda mais este seu intocável estatuto com os mais sinceros
elogios. “First Album” aprisiona um dos trabalhos de guitarra mais admiráveis
da biografia Rock N’ Roll. Billy Gibbons
explora a guitarra com uma destreza e sensibilidade tocantes. É ela a principal
responsável por todas as prazerosas emoções que o nosso rosto manifestará
durante a audição deste disco. Riffs
exuberantes, aliciantes e exóticos. Solos penetrantes que nos serpenteiam e
endoidecem. Para lá do domínio de Gibbons,
está o não menos respeitável Dusty Hill
que ao volante de um baixo de orientação imensamente fascinante e hipnótica envolve
a guitarra com a sua respiração funk’eana.
De baquetas empunhadas está Rube Beard
com o seu tão característico Groove de
natureza extravagante. De referir ainda as vozes quentes e aveludadas de Gibbons e Hill que acrescentam emoção a estes entusiasmantes 34 minutos de “First
Album”. Um incontornável disco de audição obrigatória a todos os amantes da
música Rock que se prezem.
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