Conheci Dead Sea Apes em 2010 aquando do lançamento de “Soy Dios”, o seu
disco de estreia. A sua sonoridade alucinogénica obtida da sagrada conjugação entre
o Psych Rock, o Space Rock e o Drone (com discretas aproximações ao Krautrock)
sempre teve em mim um efeito magnetizante, o que me fez seguir a banda ao longo
destes 5 anos de existência (até então). Há pouquíssimo tempo esbarrei com o
seu mais recente disco apelidado de “Spectral Domain” que me proporcionou uma penetrante
hipnose capaz de me amortalhar ao longo dos seus 42 minutos de duração. Os seus
riffs depressores convidam-nos a
vivenciar um perfeito estado de sono induzido, onde a nossa consciência veleja
ao sabor das tranquilizantes ondas que se passeiam pelo anestésico oceano de “Spectral
Domain”. A sua ambiência imensamente onírica e profética eleva-nos ao auge da
satisfação. Sintam-se afagados pelas narcotizantes incursões de uma guitarra divina, harmoniosa
e imaginativa que se esperneia prazerosamente; Testemunhem o perceptível
sombreamento de um baixo modorrento e serpenteante que nos encanta com a sua
hipnótica dança; Agitem-se ao som de uma bateria tribalista que nos estimula e
ajuda a combater toda a pujante radiação lisérgica emanada por “Spectral Domain”.
Este é mesmo um dos discos mais morfínicos que rodaram por aqui nos últimos
anos. Uma pesada sedação que nos encerra as pálpebras, baixa o semblante de
encontro ao peito e faz eclodir a nossa consciência tão para lá do nosso corpo
inanimado. Comunguem esta doce paralisia e presenteiem-se com uma das odisseias
espirituais mais deslumbrantes da vossa existência.
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