Depois de “Spacetrip on a Paper Plane” e “Sonar Pilot” terem sido lançados com
apenas um ano de intervalo entre eles (2010 e 2011, respectivamente) este quarteto austríaco mergulhou num demorado
jejum de quatro anos só agora interrompido pelo aparecimento de “High Lands”. Recordo-me que em 2010 –
após o lançamento do seu disco de estreia – Sahara Surfers era uma das bandas mais rodadas no meu leitor mp3 e naturalmente
uma das minhas favoritas do momento. Depois de passado algum tempo após o
lançamento do seu segundo disco, temi - até há bem pouco tempo - que a banda se
tivesse dissolvido discretamente ao longo destes quatro anos. Mas é então que
esbarro em “High Lands”. Devo antecipar
que considero-o o disco mais conseguido desta banda natural de Innsbruck,
Áustria e que o vivenciei com tremendo entusiasmo. A sua sonoridade – que permanece
fiel aos trabalhos que o antecedem - mostra uma elegância imensamente sedutora,
expelida da vertente mais “desértica” e contemplativa do Stoner Rock à moda de uns Colour
Haze com uma perceptível mistura de Placebo.
A aveludada e lasciva voz de Julia Überbacher envaidece-se com vistosa distinção;
a bateria transcende-se numa efusiva e galopante performance; o baixo de fôlego
pesado faz a incansável e hipnótica mancha desta prazerosa cogitação, e a guitarra de ares
fecundantes e meditativos esmera-se com os seus acordes de inebriante e extasiante sublimidade.
“High Lands” é um disco de ambiência sedutora
e, portanto, de fácil ingestão. Empoeirem-se neste ritmado safari deserto
adentro e debaixo de um sol que nunca se põe. Uma das agradáveis surpresas do
ano está aqui.
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