É impossível não ficar
boquiaberto com a dimensão mediática que The
Black Wizards conquistara em apenas um ano de existência. O seu EP de
estreia apelidado de “Fuzzadelic” foi
rodado de norte a sul do país com tremenda persistência, o que levou este jovem
quarteto fielmente dedicado ao Heavy Psych
n’ Blues a pisar os mais diversos palcos nacionais e recolher os mais
sublimes e entusiásticos elogios. The Black Wizards causou no público seguidor deste
movimento musical uma generalizada aceitação, e consequentemente o nome da
banda passou a ser ouvido e conversado com tremenda familiaridade. Nove meses
depois do nascimento de “Fuzzadelic”,
a banda lança o seu tão ansiado primeiro álbum de longa duração denominado “Lake of Fire” que oficialmente sairá às
ruas no próximo dia 27 de Novembro. De forma a celebrar este
acontecimento, o Sabotage Club (em
Lisboa) receberá nessa mesma noite os The Black Wizards que, na condição de anfitriões,
prometem uma estonteante e avassaladora descarga decibélica que desprenderá
todos os corpos radicados na sua periferia.
Não querendo de todo causar
um sentimento de ciúme, devo admitir com alguma vaidade que hoje mesmo foi-me
dada a possibilidade de escutar o “Lake
of Fire”, e é justo antecipar que se trata de um registo capaz de nos
dilatar as pupilas do primeiro ao derradeiro tema. Com uma forte e indiscreta
influência pela fragância sonora extraída do final dos anos 60 e inícios dos 70
– de onde ressaltam nomes da magnitude de Jimi
Hendrix, Cream e Black Sabbath – a sonoridade de The
Black Wizards situa-se num Heavy Psych
vistoso e resplandecente de mãos dadas com o lado mais enegrecido do Blues. Esta mistura de dois géneros que
tão harmoniosamente irmanam faz de “Lake
of Fire” um disco extremamente envolvente e sedutor. As duas guitarras excêntricas
encontram-se e desencontram-se por entre os seus solos alucinantes, indomáveis,
berrantes e eufóricos que se desviam da rota conduzida pelo riff. O baixo de linhas intensas e
dinâmicas passeia-se pausadamente pela atmosfera inebriante de “Lake of Fire”. A bateria galopante agita-se
prazerosamente ao longo de todo o álbum recorrendo a enérgicas e arrebatadoras
acrobacias que nos enfeitiçam. A voz macia, lasciva e corpulenta é rodeada pela
nebulosidade radioactiva do fuzz que
nos inunda a alma. Este é um disco de imediata veneração. Um disco de imoderada
elegância aliada à irreverência. Impregnem-se em “Lake of Fire” e – de sorriso cicatrizado no rosto e consciência temulenta
– sintam-se desfalecer de prazer ao som desmedidamente provocante de The Black
Wizards.
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