Apesar de ainda caminharmos
pelos últimos territórios de 2015, é o ano de 2016 que detém o total domínio do
nosso pensamento. E falo numa perspectiva músical, é claro. Já lá vão os tempos
em que de mochila às costas e na posse de um bilhete de avião low-cost nos fazíamos aos céus
estrangeiros numa sagrada peregrinação toda ela dedicada à boa música. Hoje
Portugal tem uma oferta de tal forma abundante em relação a festivais e
concertos que desgasta qualquer motivação para viajar (quando a música é o
maior propósito, é claro). Nas algumas incursões que fiz durante os últimos anos a outros países europeus pude vivenciar bandas como Om,
Colour Haze, My Sleeping Karma, Fatso
Jetson, Domo, Blaak Heat Shujaa, Spindrift, Kyuss Lives
(os agora Vista Chino), The Machine, Samsara Blues Experiment, Earthless,
Causa Sui, Witchcraft, Astra e Viaje a 800. Hoje boa parte destas
bandas já pisaram palcos nacionais, e as que ainda não o fizeram ameaçam
fazê-lo num futuro próximo, suspeito.
A minha agenda musical
referente a 2016 começa a ganhar corpo e alma. Os canadianos Black Mountain, uma das grandes bandas da minha vida e das que mais
desejo ver ao vivo, estreiam-se finalmente em Portugal no ansiado mês de Março. No final de Abril está enraizado o festival lisboeta Sound Bay Fest que, numa admirável superação em relação à já
surpreendente edição de estreia, nos presenteia com aquela que é provavelmente
a banda que nos últimos anos mais suspiro puder experienciar ao vivo: Elder (carta de amor remetida ao power-trio aqui) Atrelados aos
norte-americanos vêm também os dinossauros setentistas
Bang e o seu Hard Rock cheio de fibra, os nipónicos Church of Misery e a sua intensa radiação Doom’esca, o inebriante Psych
n’ Blues dos carismáticos Siena Root
e o Psicadelismo astral dos vizinhos
espanhóis Domo (entre outras
propostas musicais também confirmadas). Já em pleno mês de Agosto teremos a 6ª edição do festival minhoto Sonic Blast,
que apesar de ainda não ter lançado qualquer nome, apresenta reiteradamente um
cartaz com uma soberba ementa musical. De regresso ao mês de Setembro teremos a 3ª edição do
festival ribatejano Reverence Valada que conta já com um assombroso line-up habitado por bandas como os reis
do deserto Yawning Man com o seu Psych-Desert Rock imensamente
meditativo (representam uma das bandas mais importantes da minha vida e vê-los
ao vivo será a concretização de um poeirento sonho), os clássicos Ozric Tentacles fielmente dedicados ao Prog-Rock, os obscuros With the Dead com o seu Doom cavernoso, o extravagante Nik Turner e a sua sonoridade caótica e
sideral, os jovens Papir e o seu Psych Jazz deliciosamente conduzido, Zone Six que com o seu Psych Rock pulsante e hipnótico nos convida
a repetir uma indução psicotrópica equivalente à vivida na passada edição com o ritual de Electric Moon, os respeitados Farflung e a sua ode ao Cosmos, e ainda
Øresund Space Collective que nos
proporcionarão uma longa e petrificante viagem pelas auto-estradas da nossa
essência.
É caso para desabafar: 2016, vai$ dar cabo de nós!
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