É ainda de consciência embaciada,
transviada e a tentar regressar a ela mesma que escrevo estas palavras
dedicadas ao álbum “We All Die The Same” do power-trio
português Redemptus. Este disco teve
em mim um efeito tremendamente impactante que me domesticara do primeiro ao
derradeiro tema. Esta obra incorpora o Doom,
o Sludge e o Post-Metal num pujante grito que se agiganta e nos arrasa sem
qualquer misericórdia. A sua sonoridade misantrópica e catártica (a fazer
lembrar uns saudosos Fall of Efrafa)
purifica-nos com a sua lúgubre e entorpecedora radiação. São 31 minutos de
constante assombração gerada por uma soberana guitarra de riffs inquisidores e turbulentos,
um baixo tenebroso de linhas robustas e intoxicantes, uma voz portentosa, fecundante
e perturbadora que estimula todo o instrumental, e uma bateria propulsiva que
cavalga com dinamismo e vivacidade toda esta nebulosa atmosfera de “We
All Die The Same”. Não é fácil enfrentar toda esta reverberante avalanche
e sair ileso. Redemptus provoca em
nós um efeito sísmico que nos absorve e mergulha nos mais soterrados estádios da
alma. “We All Die The Same” representa o perfeito equilíbrio entre a
melancolia e a euforia. Envolvam-se nesta poderosa e espessa plangência que vos
abraçará e enlutará o espírito. Relaxem, cerrem as pálpebras, e escutem este disco sem distracções.
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