É já no último suspiro do
ano de 2015 que descubro o empolgante Heavy
Psych (com muito experimentalismo à mistura) do power-trio moscovita Vice
Versa. Esta banda fundada em 2012 traz o balsâmico hálito do Hard Rock setentista combinado com uma propensão Earthless’eana que nos incita a
vivenciá-la com tremenda exaltação. Depois de lançados os ensaios “Rehearsal Tapes” e “Rehearsal Jams” a banda russa apresenta agora o seu mais recente
trabalho “Oxygen Sessions”, uma intensa e fascinante descarga sonora que
nos intoxica do primeiro ao último tema. A sua sonoridade imensamente entusiástica,
euforizante e inflamante provoca-nos constantes convulsões de prazer que nos
agitam descontroladamente. Desaguando constantemente no formato de jam,
os Vice Versa distendem cada um dos
seus temas numa absorvente e alucinante cavalgada nutrida pela criatividade que
os três músicos transpiram em consonância. Tentem capturar uma guitarra
indomável e enfurecida que se transcende com os seus solos desvairados, estonteantes
e orgiásticos capazes de nos sacudir e arremessar violentamente pelas costuras
delimitativas da nossa consciência. Sintam a narcotizante e pesada respiração
de um baixo compacto, turbulento e dançante que persegue a guitarra, murmurando
repetidamente o riff base numa
hipnótica meditação. Vibrem ao som de uma bateria tão frenética e explosiva
quão tranquila e ensonada que massaja todos os momentos de “Oxygen Sessions” com um
domínio espantoso. Estamos na presença de um dos discos mais impactantes do
ano. Ouçam-no com merecida atenção e no final experienciem uma das mais
demoradas ressacas espirituais causadas pela música. 2015 carecia de um disco
assim, e eu também.
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