Apesar dos céus pardacentos e lúgubres vislumbrados através de vidraças lacrimejadas pela chuva, e dos
pesados casacos de malha que repousam sobre os nossos ombros, o radioso mês de Abril aproxima-se trazendo consigo todo um revitalizante psicadelismo
primaveril. Psicadelismo esse que desaguará na exótica baía lisboeta do Sound Bay Fest nos dias 29 e 30 de Abril. Apesar de ainda não
ser do conhecimento público o local que receberá esta 2ª edição do festival, o cartaz do mesmo está fechado e pode muito
bem envaidecer-se perante qualquer plateia que o examine. Num renhido braço de
ferro entre a qualidade e quantidade, esta nova edição do Sound Bay Fest contará com nomes verdadeiramente assombrosos
provenientes do espectro underground
da música Rock.
Tudo em mim me obriga a
começar por falar do power-trio norte-americano
Elder dos quais espero não menos que
um concerto de uma vida. Conheci-os em 2011 aquando do lançamento do seu 2º
disco “Dead Roots Stirring” e desde então que tenho vivido uma
existência de pura submissão à banda natural de Boston. O seu Psych Doom de ares tanto morfínicos
quanto eufóricos tem um efeito profundamente devastador na pobre alma humana
que nele comungar. Este é um dos concertos mais esperados da minha vida. Seguem-se
os carismáticos suecos Siena Root
que nos trazem a embriagante e sedutora fragância setentista. A eles dedico uma sublime e intocável devoção, tão
idosa quanto a existência dos dinossauros. O seu elegante Psych Rock oleado pelo Prog
Rock revivalista é conduzido de forma deslumbrante e imensamente cativante.
Deles espero um dos concertos mais apaixonantes de sempre. Ainda numa inspirada
homenagem aos 70’s estão os californianos
Mondo Drag que com o seu envolvente Heavy Psych Rock de mãos dadas com o Prog
Rock têm tudo para fazer delirar toda uma plateia sedenta de algo assim.
Considerei o seu álbum “Mondo Drag” (review aqui) como um dos melhores registos do passado ano e já
no próximo dia 26 de fevereiro será lançado o novo álbum da banda “The
Occultation of Light” que certamente será posto em prática no palco do Sound Bay Fest. Deles espero uma boa dose
de inebriante e contagiante magia em estado musical que nos fará sorrir do
primeiro ao último tema. Num bem-sucedido resgate directamente aos anos 70, a
organização do festival pode muito bem orgulhar-se de poder contar com os
históricos Bang e o seu robusto e
torneado Hard Rock que promete
colocar todo o público em alvoroço. Poderemos ainda contar com o Space e Psych Rock que servem de combustível aos espanhóis Domo nas suas indagações espaciais, com
o Heavy Psych astral dos portuenses Astrodome, o enérgico e estonteante Heavy Psych dos Asimov, o viajante Psych
Rock atrelado ao hipnotizante Krautrock
dos norte-americanos Ecstatic Vision,
a sonoridade onírica e quimérica dos portuenses Equations, o Hard Rock n’ Blues
vigoroso e dinâmico dos lisboetas Her
Name Was Fire, a fúnebre radiação Doom’esca
dos ingleses OHHMS, a ressonância
espiritual e mântrica dos finlandeses Death
Hawks, o Shoegaze obscuro dos
parisienses Jessica93, o Post Rock de ares contemplativos dos
franceses Le Réveil des Tropiques, o
psicadelismo tântrico dos Strobelight Newborns, o Heavy Psych contemplativo de Crude, o Psych Rock de ares desérticos do power-trio minhoto Solar
Corona, o Stoner Doom denso e
arrastado dos Desert Mammooth, a
atmosfera depressora dos Löbo, o estarrecedor Blackgaze (aliando o Shoegaze ao Black Metal) dos franceses Alcest,
e o entusiástico Hard Rock dos já clássicos Men Eater no seu “adeus” aos palcos.
É esta a ementa musical da 2ª edição do Sound Bay Fest e que seguramente
motivará uma massiva peregrinação à capital portuguesa no último fim de semana
de Abril. Até lá.
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