É ainda de alma entregue a um
tranquilizante estado de deslumbramento que vos escrevo estas palavras destinadas
ao disco de estreia do power-trio
germânico Swan Valley Heights. Antes
de descrever esta autêntica obra-prima nascida no berço europeu do Stoner Rock, sinto-me obrigado a intitular
este disco como o melhor registo de 2016 (até ao momento, é claro). Baseada num
delirante e aprimorado Psych Rock aliado
a um musculado e fibrótico Hard Rock
(junção esta à qual apelido de Stoner
Rock), esta banda sediada na cidade alemã de Munique projecta na nossa
direcção uma titânica avalanche psicotrópica que nos devasta e consome. Os sete
temas que povoam este disco encerram uma sonoridade crescentemente excitante
que se traduz na criação de solos lisérgicos e siderais, dedilhados com
estarrecedora sensibilidade e emoção, e que desaguam naturalmente em riffs densos e fervilhantes, de natureza
tirânica, que nos agitam efusivamente. E é este admirável equilíbrio entre a tranquilidade
e o frenesim que faz de “Swan Valley Heights” um alucinante canal
que nos conduz à medula do prazer. Idolatrem a ostensiva dança de uma guitarra altiva
que se desmarca em fecundantes e hipnóticos solos bem como em corpulentos e ardentes
riffs capazes de fustigar a nossa crosta
consciencial e nos arremessar violentamente pelo Cosmos adentro. Sintam a
poderosa e dinâmica ondulação de um baixo deliciosamente contemplativo que se
arrasta extravagantemente pela emocionante atmosfera de “Swan Valley Heights”. Respondam
como puderem às ofensivas enérgicas e explosivas de uma bateria resplandecente –
conduzida de forma extasiante – que nos provoca prazerosos espasmos. Reverenciem
os vocais lúcidos e mélicos que se sobressaem na intensa radiação instrumental e
nos adornam e seduzem. Este é um álbum completo que tem tudo para recolher os
mais elevados elogios tanto de gregos como troianos. Entreguem-se a este “Swan
Valley Heights” e sintam-se exorcizar num redentor grito orgásmico
capaz de confluir nas mais distantes fronteiras do esplendoroso Universo.
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