quarta-feira, 20 de abril de 2016

Review: ⚡ Black Voodoo Train - 'Cosmic Sessions' ⚡ (2015)

Apesar de nos situarmos já no terreno temporal de 2016, continuam a emergir até à tona verdadeiras preciosidades musicais nascidas em 2015. Desta vez falo da banda germânica Black Voodoo Train que no passado ano abrilhantou o lado underground da música Rock com ‘Cosmic Sessions’, um álbum verdadeiramente extasiante que combina o delirante Psych Rock e o astral Space Rock numa jam profundamente hipnótica e inflamante que nos arranca a consciência pela raiz e a arremessa Cosmos adentro. Lançado no formato de vinil (com a criação de 300 cópias físicas já esgotadas) este ‘Cosmic Sessions’ encerra uma envolvente odisseia que se espreguiça dos cálidos e arenosos solos do deserto à imensa vastidão sideral de um Espaço tisnado e bocejante. A sua sonoridade imensamente relaxante, atraente e viajante desta banda sediada em Munique (Alemanha) representa o combustível responsável pela expansão da nossa percepção pelos domínios eclipsados da consciência. Um penetrante e admirável mergulho vertical – de efeito sedativo – que nos mitiga e embala do primeiro ao último minuto de ‘Cosmic Sessions’. Este quarteto de instrumentos apontados aos astros oferece-nos uma narcotizante passeata impulsionada por duas guitarras proféticas que se entrelaçam em gélidos e alucinantes solos de inenarrável beleza, um baixo de respiração dançante e possante que agarra as rédeas do riff com espantosa firmeza, e uma bateria tremendamente estimulante que tiquetaqueia com dinamismo e sensibilidade toda esta encantada ignição às mais idosas e recônditas planícies dos Cosmos. Dancem prazerosamente este ‘Cosmic Sessions’ de olhar vendado para a realidade e sorriso cicatrizado no rosto e vivenciem uma das mais deleitosas comoções promovidas pela música. Este é um álbum imensamente fascinante que nos transfigura em audaciosos astronautas em missão de colonização no nosso infinito espaço interior. Empoeirem-se nesta densa e etérea nebulosidade estelar e amortalhem-se num abraço epicurista ao cerimonioso som de Black Voodoo Train.

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