Em 2013 escrevi uma elogiosa
análise ao álbum de estreia de Domadora,
‘Tibetan
Monk’ (review aqui),
consagrando-o posteriormente como o melhor registo musical desse mesmo ano.
Hoje – passados 3 anos – é então lançado o
tão ansiado segundo álbum deste power-trio
parisiense intitulado ‘The Violent Mystical Sukuma’, e devo
adiantar que a receita sonora usada na produção deste novo registo é em tudo
semelhante à experimentada na criação do seu disco de estreia. E ainda bem que
assim foi. ‘The Violent Mystical Sukuma’ prende um alucinante, enérgico e eletrizante
Heavy Psych manifestado em envolventes,
vibrantes e delirantes jams que se distendem brilhantemente
pelo corpo temporal deste disco. ‘The Violent Mystical Sukuma’ é um
álbum que nos amotina, euforiza e detona a consciência pela infinidade
espiritual. Um disco imensamente provocante que nos extravia numa redentora e explosiva
erupção de prazer, salpicando todas as costuras fronteiriças do Cosmos interior.
Sintam-se transcender numa exaltada e delirante manifestação emocional ao som
de uma guitarra verdadeiramente endiabrada que se exorciza desvairadamente
tanto em riffs frondosos, cáusticos e soberanos, como em solos tremendamente velozes,
excitantes, fecundantes e comoventes que nos asfixiam a lucidez e convidam à
intensa e vertiginosa eclosão consciencial pelos renováveis firmamentos da infinidade
vertical. Pendulem os vossos corpos embriagados ao deslumbrante som de um baixo
deliciosamente groove’sco – de linhas
corpulentas, maciças e pulsantes – que serpenteia extravagantemente toda esta prazerosa
efervescência, e deixem-se chicotear pelas incitantes e estonteantes investidas
de uma bateria rutilante e faiscante que se solta numa intensa e emocionante
cavalgada. ‘The Violent Mystical Sukuma’ tem o poder de nos magnetizar de
encontro ao núcleo de uma profunda e labiríntica espiral tricotada pela voluptuosidade.
Comunguem este ácido lisérgico via auditivo, dilatem as pupilas e desfrutem de
toda uma admirável odisseia enteogénica pela essência xamânica de Domadora. Um dos grandes discos de 2016
está aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário