De Grenoble (França) chega-nos o magnífico álbum homónimo de Jagannatha: um quarteto francês de
instrumentos apontados ao Heavy Psych
de feições astrais e orientação Progressiva
que nos presenteia com uma emocionante e inesquecível odisseia gravitacional em
sua poderosa e envolvente órbita. Este surpreendente disco encerra uma comovente e fascinante
sonoridade que prontamente nos captura e conquista. Alicerçado num admirável e
contemplativo Heavy Psych de
contornos morfínicos e espaciais que de forma sedutora e embriagante se
formoseia ao longo dos quatro temas que o materializam, ‘Jagannatha’ é um álbum
verdadeiramente soberbo, perfilando-se como um dos mais notáveis registos do
ano até ao momento. Há algo de encantadoramente místico e enigmático na sua
essência que nos entorpece, extasia e ao mesmo tempo emancipa e euforiza.
Deixem-se anestesiar e relaxar com os seus acordes ataráxicos e carinhosos que
se desenvolvem e acabam por desaguar em poderosos, corrosivos e eletrizantes riffs de ares Doom’escos. Toda esta espantosa e estimulante expedição é alavancada
por duas guitarras embriagadas que se transcendem com os seus solos alucinantes,
fecundantes e lascivos capazes de nos endoidecer, aliados a riffs tanto plácidos, lentos e suaves
quanto erosivos, enfurecidos e monolíticos que nos elevam do mais descontraído
e petrificante estado ao mais vibrante e redentor estádio emocional, um baixo murmurante
de reverberação robusta, ondeante e arrastada que sombreia e enaltece todas as incríveis
divagações das duas guitarras, e uma bateria provocante – de ofensivas explosivas
e dinâmicas – que nos agita e extravia num disparo consciencial. ‘Jagannatha’
é um verdadeiro detonador de consciências que nos arremessa para as mais
distantes e secretas planícies do nosso Cosmos interior. Sintam-se colonizados
pelo prazer em estado musical de Jagannatha
e vivenciar um perpétuo e pleno estado de doce letargia. 2016 fica um ano
musicalmente mais rico com este contributo de Jagannatha.
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