Do norte da Suécia chega-nos o primeiro álbum do power-trio Pershagen – apelidado de ‘Den Siste Av Mitt Namn’ – que nos
traz a encantadora, envolvente e anestésica brisa exalada pela apaixonante
harmonia entre o Psych Rock, o Post Rock e o Jazz. Baseado numa sonoridade plácida, melancólica e deslumbrante
que nos massaja, serena e comove do primeiro ao último tema, este ‘Den
Siste Av Mitt Namn’ representa muito do que mais procuro no universo
musical. É tremendamente hipnotizante, relaxante e sedutor ancorarmos toda a
nossa atenção na plangente alma deste disco e deixarmos que ela nos passeie
pelas suas paisagens sonoras banhadas pela distopia. Este é um disco para ouvir
detidamente à sombra da solidão. Um disco de natureza verdadeiramente sublime e
contemplativa que nos afaga, respira e eteriza. Sintam o peso morfínico de uma
guitarra tocante e errante que desprende lisérgicos, sensíveis e imaginativos solos
de inenarrável beleza, um baixo pesaroso de linhas murmurantes, dançantes e
robustas, e uma bateria dinâmica de condução estimulante que vivifica toda esta
doce e soberana melancolia. ‘Den Siste Av Mitt Namn’ é um álbum
para ser ouvido na penumbra, de olhos cerrados e semblante desmaiado sobre o
peito. Um álbum de atmosfera sonhadora na qual nos entregamos e dissolvemos com
total submissão. Deixem-se sepultar neste denso e profundo oceano de narcose e
vivenciem um firme estado de inércia que vos amortalhará a lucidez e embriagará
numa intensa e duradoura hipnose. ‘Den Siste Av Mitt Namn’ não só é um
dos mais destacados discos de 2016, mas um dos grandes discos da minha vida ao
qual prometo eterna e inabalável devoção.
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