É ainda de alma ressacada da
intensa e nebulosa embriaguez causada pela audição de ‘Tales of the Wicked West’
que vos escrevo esta análise descritiva inteiramente dedicada ao fenomenal álbum
de estreia das suecas MaidaVale.
Composto por um elegante e hipnótico Heavy
Psych N’ Blues de natureza esotérica, este magnífico disco tem o raro dom
de nos enfeitiçar do primeiro ao último tema. Lançado no passado dia 5 de
Agosto pela mão do selo sueco The Sign
Records, este ‘Tales of the Wicked West’ representa muito do que mais me
apraz no universo musical. Baseado numa apaixonante mística setentista que espartilha sumptuosos,
enegrecidos e sensuais riffs que nos
circundam, respiram e convidam à mais redentora euforia, ‘Tales of the Wicked West’
conquistara-me de uma forma tão portentosa, avassaladora e irreversível que
tudo em mim me obriga a considerá-lo não apenas um dos incontornáveis discos de
2016, mas também um dos grandes discos da minha vida. A guitarra luciférica
magica fascinantes, cauterizantes e tonificantes acordes de inenarrável beleza
que nos serpenteiam e aliciam com tremenda vivacidade, e vomita extasiantes, lisérgicos
e ecoantes solos que desaguam na nossa alma profundamente temulenta; o baixo
fibrado – de sólidas e dançantes reverberações – envaidece-se vagarosamente
nesta brumosa e obscura ambiência de ‘Tales of the Wicked West’; a dinâmica
e fogosa bateria – de envolventes e excitantes galopadas – esporeia e tiquetaqueia
na perfeição toda esta prazerosa erupção, enquanto que a voz revoltosa,
demoníaca e berrante desfila graciosamente pela assombrosa, turbulenta e
formosa alma de MaidaVale. Este é um
disco tremendamente atraente que nos conquista e amotina com admirável facilidade.
Deixem-se dominar pela intrigante natureza de ‘Tales of the Wicked West’
e vivenciem detidamente um dos mais belos e empolgantes álbuns do ano.
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