Review: ⚡ Nap - ‘Villa’ (2016) ⚡

Da cidade alemã de Oldemburgo chega-nos a adorável e embriagante sonoridade do power-trio Nap. Esta jovem formação acaba de lançar (no passado dia 28 de Julho) o seu álbum de estreia – ‘Villa’ – em formato de CD (limitado a 200 cópias físicas) e o mesmo sustenta uma extasiante narrativa musical que nos passeia do contemplativo, aveludado, lenitivo e muito requintado Heavy Psych, pelas revitalizantes e incitantes brisas veraneias do Surf Rock de natureza sessentista, e desaguando ousadamente nos obscuros e ditatoriais domínios do portentoso e inflamante Psych Doom. É verdadeiramente sedutor deixarmo-nos diluir na encantadora atmosfera de ‘Villa’ e vivenciar um lisérgico e hipnotizante sonho acordado que nos adorna e molifica ao longo de toda a sua extensão temporal. Baseado em atmosféricos, excitantes e polidos acordes que nos massajam, entorpecem e convidam a vivenciar um firme e inerte estádio de ataraxia, a fascinante alma de ‘Villa’ é dominada e conduzida com uma admirável maestria, deixando-nos de ouvidos em constante salivação e a consciência envolvida num perfeito transe. A guitarra xamânica transcende-se em densos, dançantes, exóticos e impactantes riffs que se metamorfoseiam em delirantes, sidéricos e efusivos solos capazes de nos golpear e eclodir numa poderosa e prazerosa erupção. O murmurante baixo de respiração sólida, torneada e descontraída envaidece-se com distinção, uma voz corpulenta e distorcida de raras aparições instiga e revolta a alma de ‘Villa’, enquanto que a galopante bateria compassa com perícia e emoção toda esta resplandecente ode nirvânica. São 43 minutos de constante enlevo. Nap alimenta assim todo um populoso viveiro musical sediado na Alemanha que tão bem combina a qualidade com a quantidade, e ‘Villa’ terá certamente lugar garantido no lote de melhores álbuns de 2016. Bronzeiem-se nesta radiosa jornada pelos tisnados desertos de Nap e banhem-se nos seus frondosos e paradisíacos oásis.

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