Da cidade de St. Louis (Missouri, EUA) chega-nos o primeiro
álbum do quarteto norte-americano The Judge.
Fundamentada num robusto, obscuro e poderoso Hard Rock talhado nos dourados 70’s e fascinantemente adornada e conduzida por um elegante, delirante e sedutor Heavy
Blues, a sonoridade de ‘The Judge’ representa a admirável consonância
entre o peso e a leveza, a rudeza e a ternura, a conturbação e a serenidade.
Lançado no dia 22 de Julho nos formatos físicos de CD e vinil pela mão do selo
californiano Ripple Music, este ‘The
Judge’ é um álbum para ser absorvido detidamente à sombra da penumbra. A
sua luciférica e inquisidora musculosidade – de feições Sabbath’icas – é dominada e guiada por uma
atmosfera etérea e encantadora que nos mantém envoltos numa agradável hipnose. A
portentosa guitarra envaidece-se em riffs
dançantes, monolíticos e intrigantes que desaguam em inflamantes, desgovernados
e alucinantes solos capazes de nos abastecer de uma intensa adrenalina. O baixo
soberano de bafo possante, denso e tenebroso adensa-se numa tirânica avalanche que
sombreia toda a ambiência de ‘The Judge’. A bateria emocionante e
extravagante – de intensas e atraentes acrobacias – esporeia toda esta ritmada cavalgada,
enquanto que uma voz frígida, límpida e sedosa se galanteia com vistosa e espantosa
lubricidade. Este é um disco de natureza imensamente enigmática à qual nenhum
comum mortal conseguirá permanecer indiferente. Juntem-se a este narcotizante e
nebuloso ritual e testemunhem a sagrada eclosão da alma pelos despovoados e
invernosos trilhos do obscurantismo. Um dos melhores discos de 2016 está aqui.
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