Da cidade australiana de Adelaide chega-nos a exuberante e
empolgante fragância do power-trio Jungle City. Lançado hoje mesmo, ‘Jungle
City III’ – tal como o nome sugere – representa o terceiro álbum da
banda e vem dotado de um atraente, sublime e luxuoso Heavy Psych N’ Blues de raízes setentistas
que nos circunda, encanta e endoidece com tremenda facilidade. Este é um disco forjado
à minha imagem. Um disco revestido de uma sonoridade que percorre todo o
espectro da elegância e fascínio, e nos deixa reféns de um profundo, envolvente
e prazeroso delírio, rico em visões caleidoscópicas. Tudo em ‘Jungle
City III’ transpira lubricidade e emoção. Um perfeito abalo de êxtase e
euforia que nos deixa entregues a um estádio de constante ebulição. Desmaiem as
pálpebras e dancem detida e apaixonadamente ao deslumbrante som de uma guitarra
arrebatadora que se envaidece em provocantes, voluptuosos e mirabolantes riffs e se exalta em exuberantes, desgovernados
e estonteantes solos que nos intrigam e hipnotizam com desmedida impetuosidade. Sintam a portentosa, dominante,
intensa e torneada ondulação rítmica de um baixo volumoso embater na vossa
crosta consciencial e oxidá-la com o seu reverberante bafo. Desatem-se de
qualquer inibição à sonância redentora de uma bateria ardente conduzida a vivacidade,
perícia e satisfação, e deixem-se inebriar por uma voz requintada, polida e
harmoniosa que sobrevoa com distinção todo este etéreo, perfumado e irresistível
elixir via auditivo. Mergulhem neste profundo oceano de extasiante e
narcotizante comoção e no final regressem à superfície da lucidez completamente
sedados pelos eróticos domínios de Jungle
City. Estamos mesmo na presença de um dos mais extraordinários álbuns de
2016.
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