Da capital polaca chega-nos
o terceiro álbum de Dopelord
batizado de ‘Children of the Haze’. Lançado hoje mesmo nos formatos de CD e
digital, este novo álbum do quarteto fielmente dedicado ao lado psicotrópico do
Doom Metal, presenteia-nos com uma pesada,
monolítica e arrastada cavalgada que nos atropela, absorve e eteriza. A sua
sonoridade inquisidora, fumarenta e intoxicante – de corpo denso e tonalidade
esverdeada – tem a capacidade de nos intrigar e instigar a vivenciá-la numa
detida e redentora resposta corporal. A majestosa soberania dos riffs que governam este disco instaura
em nós uma sensação de torpor que nos reveste do primeiro ao derradeiro tema.
De olhar selado, narinas dilatadas e cabeça baloiçante, comungamos todo um envolvente,
fascinante e luciférico ritual liderado por duas guitarras tirânicas que nos assombram
com os seus riffs poderosos, imponentes,
compactos e frondosos, e ainda com alucinantes, excitantes e sumptuosos solos
que nos perturbam e endoidecem, um baixo musculado e torneado de reverberação imperiosa
e dançante que nos circunda e intimida, uma cavernosa e colérica voz que se
agiganta destacadamente na medula de toda esta brumosa e prepotente atmosfera,
e ainda uma bateria explosiva – conduzida a entusiasmo e adrenalina – que galopa
e chefia toda esta indomável e furiosa avalanche que nos ataca e arrasa a
lucidez. É-me importante ainda destacar e elogiar a desarmante e magnetizante beleza
do artwork superiormente criado pelo
artista Pig Hands. ‘Children of the Haze’ é um disco de
paragem obrigatória a todos os devotos peregrinos do mais requintado Psych Doom. Inalem a morfínica exalação
de Dopelord e testemunhem uma
perfeita e duradoura narcose que estacionará a vossa alma na ténue linha entre
a inércia e a exaltação.
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