Depois de ter elogiado o
novo álbum dos australianos Frozen
Planet 1969 (review aqui),
o EP de estreia do power-trio Red Void obriga-me a prolongar a
estadia em território australiano. Este seu trabalho homónimo, lançado oficialmente no passado dia 12 de Janeiro, vem saturado de
um hipnótico, sublime e euforizante Heavy
Psych regado e temperado pelo efeito fuzz
– e ainda com discretas aproximações aos meditativos e siderais domínios do Space Rock – que me entusiasmara e
conquistara logo à primeira audição. Natural da cidade de Hobart (Tasmania, Austrália),
esta banda distende a sua sonoridade das mais cálidas e bronzeadas paisagens de
um deserto vigiado e calejado por um perpétuo sol que nunca se põe, a todo um majestoso
vislumbre cósmico onde abundantes fornalhas estelares farolizam as solitárias almas que
por ali naufragam. A sua sonoridade quente, vibrante e arrebatadora embebeda-nos
numa envolvente e delirante jam de 32
minutos – distribuída em cinco temas – à qual nem a mais crua e resistente
lucidez consegue sobreviver. A guitarra alucinógena manifesta-se numa sedutora,
exaltante e alucinante dança de onde são desprendidos extravagantes,
desvairados e estimulantes solos capazes de nos fazer transcender ao mais
absoluto êxtase. O baixo de linhas robustas, sólidas e ondulantes entrega-se
detidamente a uma fascinante hipnose rítmica que nos massaja e magnetiza,
enquanto que a bateria galopeia com vigor e firmeza toda esta desgovernada
detonação sonora. Agitem-se prazerosamente ao excitante som de Red Void e vivenciem toda a sumptuosidade e exuberância transpirada pelo primeiro grande EP do ano.
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