Da capital sueca chega-nos o
novo álbum do produtivo quinteto Kungens
Män chamado de ‘Bränna Tid’. Lançado oficialmente no passado dia 6 de
fevereiro – ultra limitado a uma rara edição física em formato de CD pela mão
do selo discográfico inglês Auricle –
este admirável disco traz-nos a relaxante, inebriante e envolvente infusão
baseada no meditativo Krautrock, o
delirante Psych Rock e o celestial Space
Rock em estimulante e prazerosa consonância. O ouvinte é mergulhado num profundo,
intenso e agradável estado de hipnose que o afaga e detém do primeiro ao derradeiro
tema. A atmosfera desmesuradamente fascinante, contemplativa, morfínica e sonhadora
de ‘Bränna
Tid’, faz dele um álbum tremendamente sublime, etéreo e sedutor que nos
adorna e embalsama numa mélica e extasiante inércia. São 40 minutos vividos em constante
absorvência. Dissolvam-se na encantadora lubricidade emanada pelas guitarras
que se envaidecem em delicados, lisérgicos, aveludados e etéreos acordes e se
inflamam em serpenteantes, abrasivos e excitantes solos, na bailante, pausada e
reverberante ondulação de um baixo detidamente entregue a danças eróticas,
xamânicas e magnetizantes, e uma bateria de deliciosas acrobacias jazzísticas – conduzida de forma inventiva,
sensível e arrebatadora – que condimenta toda esta deslumbrante expedição
espiritual pelos longos e sedativos desertos da alma. São estes os elementos essenciais
que fazem de ‘Bränna Tid’ um poderoso alucinógeno capaz de nos escoar a
lucidez e transcender aos paradisíacos céus do (in)tangível transe. Percam-se e encontrem-se no sagrado
misticismo de Kungens Män e
testemunhem toda uma anestésica e imperturbável serenidade da mente. Um dos
discos mais hipnotizantes de 2017 está aqui, na esplendorosa e narcotizante essência
de ‘Bränna
Tid’. Comunguem-no e reverenciem-no.
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