Space
Debris são hoje uma das mais relevantes e incontornáveis bandas
de Krautrock contemporâneo. Do alto
das suas duas férteis décadas de existência, esta banda alemã acaba de lançar
aquele que – a par do seu álbum de estreia ‘Krautrock-Sessions 1994-2001’ lançado
em 2002 (review aqui) – representa o meu registo favorito deste carismático
quarteto sediado na cidade de Mannheim.
Com claras influências a resvalar nos hipnóticos e místicos domínios de Amon Düül e Can ao virtuosismo delirante de Santana, The Allman Brothers
e Deep Purple, o recém-lançado ‘Behind
the Gate’ (pela mão do selo germânico Green-Brain nos formatos físicos de CD e vinil) aprisiona um
envolvente e astral Krautrock de
mãos dadas com um majestoso e encantador Prog
Rock e ainda com um elegante, primoroso e deslumbrante Psych Rock. Esta longa, sublime e inesquecível odisseia espacial
passeia-nos a consciência narcotizada pelas aveludadas e etéreas brisas
estelares. Uma sedutora jornada que nos anestesia e extasia com plena exuberância.
Sintam-se transcender à boleia de uma guitarra sumptuosa de épicos e ostentosos
riffs que se metamorfoseiam em mirabolantes,
vertiginosos e extravagantes solos, um baixo marcante de murmúrios pulsantes, robustos e
bailantes, um agradável teclado de charmosas e apaixonantes danças e coros
celestiais, e uma bateria jazzística que
tiquetaqueia de forma requintada, vistosa e empolgante toda esta altiva
digressão pela infinidade espacial. ‘Behind the Gate’ é um fantástico
mergulho num distensível oásis espiritual que nos conduz tão para lá das portas
da percepção. Sintam-se amortalhados numa intensa e esplendorosa ataraxia difundida
pela espantosa sonoridade de Space
Debris, bronzeiem-se na sua ébria radiação, e vivenciem um dos mais enlevados
álbuns de 2017.
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