quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Review: ⚡ Space Debris ‎- 'Behind the Gate' ⚡ (2017)

Space Debris são hoje uma das mais relevantes e incontornáveis bandas de Krautrock contemporâneo. Do alto das suas duas férteis décadas de existência, esta banda alemã acaba de lançar aquele que – a par do seu álbum de estreia ‘Krautrock-Sessions 1994-2001’ lançado em 2002 (review aqui) – representa o meu registo favorito deste carismático quarteto sediado na cidade de Mannheim. Com claras influências a resvalar nos hipnóticos e místicos domínios de Amon Düül e Can ao virtuosismo delirante de Santana, The Allman Brothers e Deep Purple, o recém-lançado ‘Behind the Gate’ (pela mão do selo germânico Green-Brain nos formatos físicos de CD e vinil) aprisiona um envolvente e astral Krautrock de mãos dadas com um majestoso e encantador Prog Rock e ainda com um elegante, primoroso e deslumbrante Psych Rock. Esta longa, sublime e inesquecível odisseia espacial passeia-nos a consciência narcotizada pelas aveludadas e etéreas brisas estelares. Uma sedutora jornada que nos anestesia e extasia com plena exuberância. Sintam-se transcender à boleia de uma guitarra sumptuosa de épicos e ostentosos riffs que se metamorfoseiam em mirabolantes, vertiginosos e extravagantes solos, um baixo marcante de murmúrios pulsantes, robustos e bailantes, um agradável teclado de charmosas e apaixonantes danças e coros celestiais, e uma bateria jazzística que tiquetaqueia de forma requintada, vistosa e empolgante toda esta altiva digressão pela infinidade espacial. ‘Behind the Gate’ é um fantástico mergulho num distensível oásis espiritual que nos conduz tão para lá das portas da percepção. Sintam-se amortalhados numa intensa e esplendorosa ataraxia difundida pela espantosa sonoridade de Space Debris, bronzeiem-se na sua ébria radiação, e vivenciem um dos mais enlevados álbuns de 2017.

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