sexta-feira, 31 de março de 2017

🎬 Cinema de Janeiro, Fevereiro e Março

Peaky Blinders S03 (2016) de Steven Knight   ★★★★★
Black Mirror S03 (2016) de Charlie Brooker   ★★★★★
Mr. Gaga (2015) de Tomer Heymann   ★★★★★
Horace and Pete S01 (2016) de Louis C.K.   ★★★★★
31 (2016) de Rob Zombie   ★★★★
Manchester by the Sea (2016) de Kenneth Lonergan   ★★★★
Westworld S01 (2016) de Jonathan Nolan & Lisa Joy   ★★★★★
The Love Witch (2016) de Anna Biller   ★★★★
Do the Right Thing (1989) de Spike Lee   ★★★★★
La La Land (2016) de Damien Chazelle   ★★★★★
Twins of Evil (1971) de John Hough   ★★★☆☆
Hands of the Ripper (1971) de Peter Sasdy   ★★☆☆☆
Bury me an Angel (1972) de Barbara Peeters   ☆☆☆☆
Rope (1948) de Alfred Hitchcock   ★★★★★
Night of the Demons (1988) de Kevin Tenney   ★★★☆☆
La Noche del Terror Ciego (1972) de Amando de Ossorio   ★★☆☆☆
Road to Paloma (2014) de Jason Momoa   ★★★★
Moonlight (2016) de Barry Jenkins   ★★★★
María Candelaria (1944) de Emilio Fernández   ★★★★★
Split (2016) de M. Night Shyamalan   ★★★☆☆
Nocturnal Animals (2016) de Tom Ford   ★★★★
Eye in the Sky (2015) de Gavin Hood   ★★★★
Rosemary’s Baby (1968) de Roman Polanski   ★★★★
Invitation to a Gunfighter (1964) de Richard Wilson   ★★★★
A History of Violence (2005) de David Cronenberg   ★★★★
I Don't Feel at Home in This World Anymore (2017) de Macon Blair   ★★★☆☆
Joe Kidd (1972) de John Sturges   ★★★★
This is Spinal Tap (1984) de Rob Reiner   ★★★☆☆
Mulholland Falls (1996) de Lee Tamahori   ★★★☆☆
Bandolero! (1968) de Andrew V. McLaglen   ★★★★
Lion (2016) de Garth Davis   ★★★★★

The Well

Fat Cake photography

Freak Valley Festival 2017

Ⓒ Adam Burke

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The Ghost

Silicon Seeds - "Valley" (live)

🎧 Sons of Morpheus - 'Nemesis' (2017)

Review: ⚡ Mountains - 'Dust In The Glare’ (2017) ⚡

Da cidade de Londres chega-nos o arrebatador álbum de estreia do jovem power-trio Mountains apelidado de ‘Dust in the Glare’. Composto por um pesado, robusto e galopante Heavy Rock de alma vendida ao elegante, cáustico e delirante Heavy Blues e ainda sublimemente manuseado e conduzido por um carismático, hipnótico e dançante Prog Rock que empresta um destacado requinte à deslumbrante ambiência sonora, este fantástico álbum conquistara-me e extasiara-me do primeiro ao último tema que o incorpora. A sua sonoridade combina na perfeição o vigor com a leveza, a agressividade com a delicadeza, e a euforia com a tranquilidade num firme abraço gravitacional que nos mantém despertos num intenso estádio de fascínio ao longo dos seus 26 minutos de duração. A liderante guitarra detidamente entregue a uma titânica dança avoluma-se em musculados, empolgantes, extravagantes e torneados riffs que nos intrigam, estremecem e obrigam a dançá-los, e envaidece-se em vistosos, aguçados e estonteantes solos que nos eriçam e entusiasmam. O murmurante baixo passeia-se livremente num magnetizante, compenetrado e reverberante bailado que diligencia todas as movimentações da guitarra. A cavalgante bateria – movida a revigorantes, dinâmicas e exaltantes investidas – tiquetaqueia e apimenta com explosividade toda esta possante descarga sonora, enquanto que a voz polida, agradável e melodiosa complementa com comovente sedução esta magnificente atmosfera de ‘Dust in the Glare’. Este é um álbum atestado de uma resplandecência mordaz que nos namora, emociona e detona numa perfeita implosão de prazer. Um dos mais tocantes álbuns lançados até ao momento em 2017 está aqui, na atraente aura bafejada pela banda inglesa Mountains.

Elder - 'Reflections of a Floating World' (02-06-2017)

terça-feira, 28 de março de 2017

The Golden Desert

The Mothercrow - "The Light" (2016)

Review: ⚡ Andromeda Space Ritual - 'Satellite’ EP (2017) ⚡

Da cidade polaca de Krapkowice chega-nos ‘Satellite’, o espantoso EP de estreia do jovem quarteto Andromeda Space Ritual. Baseado num envolvente, viajante e hipnótico Space Rock de mãos dadas com um narrativo, estético e contemplativo Post Rock e um delirante, sideral e estimulante Psych Rock, este EP tem a capacidade de nos destrancar e propulsionar a alma pelos intrigantes, amplos e alienígenas domínios do lado eclipsado da Lua, deixando para trás um corpo despido e inerte. É à incrível boleia da sonoridade fascinantemente descritiva de ‘Satellite’ que a nossa consciência floresce pelos deslumbrantes firmamentos da verticalidade cósmica, instaurando em nós uma intensa sensação ataráxica que nos estarrece do primeiro ao derradeiro tema do EP. Purifiquem-se nestas poeiras estelares e mergulhem na profunda vacuidade de um Cosmos bocejante ao narcotizante som de uma guitarra xamânica que com os seus riffs faraónicos e solos lisérgicos lidera toda esta mística odisseia pelo vasto negrume espacial, um atraente baixo de linhas oscilantes, robustas e magnetizantes que nos obriga a murmurá-lo e dançá-lo, uma bateria morfínica de ritmicidade branda, delicada e pacífica que nos recosta e embalsama a um poderoso estádio de imperturbável hipnose, e um inebriante sintetizador que gera, tempera e propaga toda uma visceral, sublime e fenomenal atmosfera astral. ‘Satellite’ é um majestoso e requintado trabalho que nos deixa a sós com a eternidade. São 32 minutos atestados de um êxtase celestial que nos absorve e petrifica. Entreguem as rédeas da vossa espiritualidade a Andromeda Space Ritual e sejam testemunhas privadas de uma portentosa cerimónia obscurantista rezada pelos astros. Um dos mais notáveis EP’s de 2017 está aqui, na mágica e nebulosa alma de ‘Satellite’.

Tia Carrera (live)

domingo, 26 de março de 2017

Sucking the 70's!

Review: ⚡ Cave Suns - 'Canned Howl’ EP (2017) ⚡

‘Canned Howl’ representa o admirável EP de estreia de Cave Suns, um excitante power-trio sediado na cidade inglesa de Newcastle. Alicerçada num agradável, mélico e requintado Psych Rock em erótica cumplicidade com um arrebatador, exuberante e dançante Blues, a fascinante e prazerosa sonoridade de Cave Suns pendula entre o entusiasmo e a placidez, conduzindo-nos por uma envolvente, paradisíaca e deslumbrante digressão pelos frondosos, radiosos e perfumados jardins da espiritualidade. Embrenhem-se no intenso esplendor de ‘Canned Howl’ de consciência atrelada a uma voluptuosa guitarra que se desenvolve por riffs fluídos, sedosos e comoventes, e se desvaira em impressionantes, ácidos e alucinantes solos que nos afunilam por uma profunda e vertiginosa espiral, um magnetizante baixo de linhas dinâmicas, carregadas e pulsantes que sombreia e tonifica toda esta veraneia e aromática brisa sonora, uma encantadora bateria de alegre e estimulante orientação rítmica, e ainda uma voz mélica, condimentada e harmoniosa que se passeia livre e atraentemente pela mágica e esplendorosa atmosfera de ‘Canned Howl’. Este é um EP de uma beleza transcendente que nos captura e enfeitiça ao longo dos dois temas que o habitam. Chego ao fim da sua curta duração completamente arrebatado pelo encantamento que o governa e a salivar pelo prolongamento desta prestigiosa e adorável ambiência que – espero eu – se traduza no futuro e merecido lançamento de um álbum. Este é um EP que toca a perfeição. Deleitem-se neste prazeroso oásis sonoro abençoado por Cave Suns e vivenciem um inolvidável estádio de constante levitação espiritual.

Ⓒ Adam Bartos

sexta-feira, 24 de março de 2017

Review: ⚡ Bentrees - 'Psychollage’ (2017) ⚡

Da ilha mediterrânica de Sardinia (Itália) chega-nos uma das mais impactantes e destacadas surpresas musicais de 2017. ‘Psychollage’ é o álbum de estreia do power-duo Bentrees e vem empoeirado de um arejado, paradisíaco e requintado Desert Rock superiormente dissolvido num cálido, agradável e envolvente Psych Rock que nos abraça, hipnotiza e estarrece. A sua sonoridade tremendamente visual convida-nos a sobrevoar e vivenciar todo um encantador tapete desértico de areias sedosas e bronzeadas, onde frondosos e imponentes saguaros se agigantam na direcção do sol vigilante, montanhas rochosas se encavalitam e perfilam como moldura, e uma etérea e revitalizante brisa se passeia livremente pela deslumbrante vastidão de um deserto que se espreguiça pela infinidade adentro. Fertilizem o solo da vossa alma ao extasiante som de uma guitarra purificante que se serpenteia de forma erótica pelas douradas dunas de ‘Psychollage’ moldando comoventes, petrificantes e majestosos riffs que nos massajam e apaziguam, e desprendendo e conduzindo atraentes, lisérgicos e alucinantes solos que nos embalsamam numa intensa e prazerosa hipnose. Percam-se numa extravagante, narcotizante e arrebatadora dança à boleia de uma bateria voluptuosa que tanto se amortece em meditativas, suaves e lenitivas passagens que nos ofuscam e embebedam de doce inércia, como se euforiza em enérgicas, explosivas e ardentes cavalgadas que nos transcendem num redentor grito de adrenalina. ‘Psychollage’ é um álbum atestado de mescalina via auditiva que nos bronzeia com o seu fulgurante misticismo. Um álbum que enraizou os meus pés descalços na aveludada e fervilhante areia do deserto e me fez cabecear os mais longínquos astros do Cosmos sideral. Diluam a vossa lucidez na sagrada sonoridade de Bentrees e deixem que o mesmo vos enleve e fossilize numa perpétua sensação de bem-estar.

🏜 Kyuss - "Catamaran"

🏜 Yawning Man - "Perpetual Oyster"

quarta-feira, 22 de março de 2017

🎧 Captain Kill - 'Born in the Heavy' (2017)

Jimi Hendrix

🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒

🌊 Nova maré de confirmações para o SonicBlast Moledo!

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Ufomammut - '8' (22.09.2017)

🖤 Colour Haze - "Love" (live)

🌑 Kadavar - "Black Sun" (live)

terça-feira, 21 de março de 2017

👽 Monomyth - "Vanderwaalskrachten" (live)

🐪 Safari

Review: ⚡ Cosmic Fall - 'Kick Out The Jams’ (2017) ⚡

O power-trio germânico Cosmic Fall acaba de nos presentear com o nascimento do seu novo e segundo álbum ‘Kick out the Jams’ lançado nos formatos de digital e CD (numa edição limitada a 100 cópias físicas) através do seu bandcamp oficial. Esta jovem e auspiciosa banda sediada na cidade de Berlim pratica um deslumbrante, contagiante e envolvente Psych Rock em alegre e hipnótica consonância com um sidérico, lisérgico e contemplativo Space Rock. Estes dois sub-géneros da música Rock gravitam entre si desprendendo uma intensa e resplandecente radiação astral que nos ofusca, envolve e bronzeia a lucidez. São mais de 90 minutos norteados por uma delirante e extasiante jam que nos desenraíza a consciência e a arremessa pela esplendorosa vastidão do Cosmos narcotizado. Uma encantadora odisseia que nos empedernece o olhar, dilata as narinas e tinge a alma da mais densa e etérea poeira estelar. ‘Kick out the Jams’ tem o dom de içar as velas da nossa espiritualidade e conduzi-la pelos anestésicos, sedosos e distensíveis oceanos do espaço sideral. Testemunhem a assombrosa exteriorização de uma guitarra intoxicante que se supera em relaxantes, estéticos e agradáveis riffs e majestosos, entusiásticos e mirabolantes solos, uma deliciosa bateria detidamente entregue a uma redentora e estimulante ritmicidade, e um baixo meditativo de bafo robusto, pulsante e dançante que ondeia toda esta afável brisa sonora com envaidecida excentricidade. ‘Kick out the Jams’ é um álbum atraente, sublime e excitante que nos enfeitiça e prazenteia do primeiro ao derradeiro tema. Recostem-se confortavelmente, suspirem profundamente e comunguem toda esta admirável liturgia presidida pelos astros.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Blues Pills

Review: ⚡ Smokey Mirror - 'Smokey Mirror’ EP (2017) ⚡

Da cidade de Dallas (Texas, EUA) chega-nos o adente, convulsivo e euforizante Heavy Psych N’ Blues do power-trio Smokey Mirror. Neste seu fascinante e poderoso EP de estreia vigora uma excitante, delirante e corrosiva sonoridade que nos salteia, conquista e incendeia de uma enérgica e incontrolável exaltação. São cinco temas carburados e nutridos por uma redentora, hipnótica e encantadora jam conduzida de forma fluída, deslumbrante e irrepreensível. A nossa lucidez é uma presa demasiado fácil quando confrontada com toda esta selvagem e robusta avalanche de vivificante psicadelismo. Contorçam-se de um prazer eruptivo ao excêntrico, requintado e estimulante som de uma intratável guitarra que se envaidece em inflamantes, torneados e elegantes riffs e se endoidece em berrantes, profundos e alucinantes solos capazes de nos prender a uma vertiginosa e desgovernada montanha-russa. Balanceiem-se emotiva e redentoramente à estonteante boleia de uma bateria movida a adrenalina que – de forma enérgica e acrobática - galopeia toda esta desvairada comoção, sintam as pesadas, marcadas e oscilantes linhas de um baixo torneado e reverberante que se serpenteia livremente pelas sinuosas auto-estradas deste EP, e absorvam ainda os vocais cáusticos, distorcidos e intrigantes que assombram a extasiante, brumosa e narcotizante atmosfera de ‘Smokey Mirror’. Este é um EP de audição indispensável a todos os verdadeiros adoradores do carregado, dinâmico, vibrante e torneado Heavy Psych em agradável comunhão com a fulgurosa, sumptuosa e extravagante elegância do Blues. Um dos registos mais sublimes do ano está aqui, na borbulhante, vulcânica e conturbada alma de ‘Smokey Mirror’.

Samsara Blues Experiment - 'One with the Universe' (12.05.2017)

sexta-feira, 17 de março de 2017

Marshall Headphones 'On the Road': Rancho de la Luna 🌙

Sleep | Orange Amplifiers

Youtube

Causa Sui - "Homage" (Live in Copenhagen, 2017)

Review: ⚡ Hills - 'Alive At Roadburn’ (2017) ⚡

É ainda de alma fascinada e temulenta que escrevo estas elogiosas palavras inteiramente dedicadas ao maravilhoso terceiro álbum da banda sueca Hills. Como o nome sugere, ‘Alive At Roadburn’ foi captado ao vivo na passada edição de 2016 do já carismático festival holandês Roadburn e seguramente encherá de orgulho quem teve a fortuna de vivenciar esta encantadora cerimónia, bem como castigará de inveja quem – como eu – não estivera presente na cidade de Tilburg entre os dias 14-17 de Abril. Lançado hoje mesmo pelo selo inglês Rocket Recordings nos formatos físicos de CD e vinil (reforçando – assim – a relação de fidelidade entre a banda e o selo discográfico independente), este ‘Alive At Roadburn’ é uma edénica, deslumbrante e envolvente passeata pela ainda curta mas deliciosa discografia da banda escandinava de raízes sepultadas na cidade de Gotemburgo. Depois de no passado ano de 2015 ter obedecido à resplendorosa e desmedida lubricidade de ‘Frid’ (review aqui) hoje sinto-me compelido a tentar descrever com justiça e fieldade tudo o que este novo álbum representa e provocara em mim. Baseado num místico, prazeroso e lenitivo Krautrock que nos abraça e bronzeia de doce e intensa inércia, e num quente, requintado e delirante Psych Rock de poderosos e duradouros efeitos alucinógenos, ‘Alive At Roadburn’ tem o dom de nos amortalhar e saturar num pleno e paradisíaco estado de êxtase que nos massaja o cerebelo do primeiro ao último tema. O ouvinte é submetido a uma etérea, profunda e agradável hipnose promovida por duas sublimes guitarras que se entrelaçam em uivantes, arrebatadores e serpenteantes solos e se unem na construção e condução de beatíficos, mântricos e anestésicos riffs que nos convidam ao sagrado transcendentalismo, um baixo sonolento e contemplativo de linhas pausadas, robustas e pulsantes, uma bateria tribalista de inventiva e estimulante ritmicidade, uns vocais xamânicos e divinizados que conduzem a nossa espiritualidade ao transe, e ainda um perfumado sintetizador que com a sua psicotrópica exalação canoniza toda a radiosa, mágica e extraordinária atmosfera de ‘Alive At Roadburn’. Mergulhem nesta profunda narcose e vivenciem um dos álbuns mais esplêndidos de 2017. Não vai ser fácil regressarem desta extensa peregrinação pelas douradas, tórridas e aveludadas areias de um distensível deserto que se espreguiça e desagua no mais puro enlevamento.

🏜 Vista Chino