Da cidade argentina de Buenos Aires chega-nos a anestésica
brisa sonora de ‘Cepa’, o sublime álbum de estreia do power-trio Runa Gaman.
Baseada num lenitivo, cálido e envolvente Psych
Rock em alegre consonância com um lisérgico, contemplativo e arrebatador Space Rock, a etérea e fascinante
sonoridade de ‘Cepa’ conduz a nossa consciência a um edénico e resplendoroso oásis
espiritual. Sintam-se sobrevoar um deserto de douradas e sedosas areias que se
desdobra pela eternidade adentro e inalem toda a inebriante aragem bafejada pelos
astros semeados em solo cósmico. A ambiência celestial de Runa Gaman provoca em nós uma perpétua sensação de êxtase que nos abraça,
acaricia e seduz ao longo dos 35 minutos que povoam o seu soberbo álbum de estreia.
Mergulhem neste narcotizante oceano de prazer à boleia de uma guitarra paradisíaca
que nos deslumbra com os seus mélicos, comoventes e requintados acordes, e deleita
com os seus hipnóticos, esplêndidos, sedativos e bocejantes solos. Uma bateria dançante
e harmoniosa detidamente entregue a uma ritmicidade pausada, fluída e atraente,
e um baixo meditativo e murmurante – de relaxadas, oscilantes e magnetizantes linhas
– que se passeia livremente pela agradável, copiosa e ternurenta atmosfera de ‘Cepa’.
Este é um álbum verdadeiramente majestoso e apaixonante que nos preenche de um
fulgurante deslumbramento. Recostem-se confortavelmente, cerrem as pálpebras, respirem
profundamente e comunguem toda esta doce ataraxia difundida pela jovem banda
argentina Runa Gaman. Um dos mais sumptuosos
discos de 2017 está aqui, na afável, ébria e exultante radiação de ‘Cepa’.
Bronzeiem-se n’Ele.
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