Da Suécia chega-nos o recém-nascido álbum de estreia do vibrante e irreverente
power-trio Ball. Lançado hoje mesmo pela mão do selo discográfico inglês Horny Records nos formatos físicos de
CD e vinil e distribuído pela editora sueca Subliminal Sounds, este disco homónimo euforizara-me e
conquistara-me à primeira audição que lhe dedicara. Baseado num musculado,
intenso e torneado Hard Rock de ambiência
setentista e em erótica consonância
com um inflamante, ácido e lamacento Heavy
Psych e um grotesco, nocivo e intrigante Proto-Metal, este colérico, turbulento e arrebatador ‘Balls’
representa uma selvática e portentosa descarga sonora que nos arrasa a timidez,
desgasta a lucidez e atesta de uma desgovernada adrenalina. Enlameiem-se na
sonoridade desmesuradamente enérgica, revoltosa e excitante de ‘Balls’
à impressionante boleia das poderosas e indomesticáveis guitarras que – regadas
e embriagadas de efeito fuzz – se passeiam
e envaidecem em riffs cáusticos, impetuosos,
ásperos e horripilantes e se libertam desvairadamente em solos verdadeiramente estonteantes,
incisivos e berrantes, uma voz cavernosa, maníaca e depravada que confere uma aura libertina, luciférica e pervertida a este álbum, uma bateria abrasiva detidamente
entregue a um magnetizante, entusiástico e incessante galope, e ainda um baixo murmurante,
hipnótico e revigorante de linhas ondulantes, demarcadas e possantes que
sombreia e oprime toda esta sobrecarregada, imunda e brumosa cavalgada
esporeada pelo próprio Diabo. ‘Balls’ é um álbum conduzido sem
travões. Um disco saturado de uma obscura e tenebrosa radiância que nos embalsama
o olhar, prende a respiração e intimida do primeiro ao derradeiro tema. Deixem-se
seduzir pela enigmática e singular sordidez exalada de ‘Balls’ e respondam de
forma frenética a um dos álbuns mais incitantes e perturbadores de 2017.
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