É justo começar por dizer
que Frozen Planet 1969 é hoje uma
das minhas jam band’s favoritas e
este power-trio australiano parece
cimentar a sua posição na minha consideração com o lançamento do seu novo álbum
‘From
the Centre of a Parallel Universe’ agendado para o próximo dia 30 de
Agosto pela mão do selo discográfico local Pepper
Shaker Records nos formatos físicos de CD e vinil. Depois de em Janeiro do
presente ano ter aplaudido o fascinante ‘Electric Smokehouse’ (review aqui), esta formação
sediada na cidade de Sydney
obriga-me a repetir-lhe o elogio. Este novo registo prende um envolvente,
hipnótico e extasiante Heavy Psych em
alegre consonância com um gélido, ébrio e anestésico Space Rock que – traduzidos e unificados numa fluída, relaxada e extensíva
jam – nos sidera e ancora a um pleno
e firme estádio de ataraxia. A sua sonoridade temulenta, prazerosa e delirante tem
o dom de nos atrelar a ela e vivenciar uma das mais arrebatadoras boleias pelos
mais distantes, solitários e recônditos lugares do Cosmos nebuloso e narcotizado. Subam
para a sela deste cometa e inalem toda a poeira estelar de ‘From the Centre of a Parallel
Universe’ ao deslumbrante som de uma guitarra canonizada pelos astros
que se manifesta em sidéricos, agradáveis e mântricos riffs e inventivos, psicotrópicos e estarrecedores solos conduzidos
pelo experimentalismo, uma bateria descontraída, ligeira e acrobática de tonificantes
incursões, e um baixo de reverberação oscilante que mareia a lisérgica aragem
cósmica deste álbum com as suas linhas dançantes, robustas e murmurantes. De
salientar ainda o místico, revivalista e elegante artwork brilhantemente delineado pela artista australiana Harley and J que confere rosto a esta
penetrante e aveludada odisseia. Este é um disco que nos viaja a consciência
pelo lado eclipsado da lua, deixando para trás o nosso corpo despido, vazio e
desmaiado. Deixem-se flutuar pela calma e sedativa corrente de ‘From
the Centre of a Parallel Universe’ e sintam-se canalizar a vossa
espiritualidade aos sagrados braços do tão almejado transe. Um dos álbuns mais magnetizantes e narcotizantes de 2017
está aqui, na nova digressão espacial de Frozen
Planet 1969.
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