Da cidade de Mechelen (Bélgica) chega-nos a veemente, erosiva, diabólica e narcotizante
reverberação do instigante power-trio
Opium Heathen com o lançamento do
seu impactante álbum de estreia ‘Opium Heathen’. Neste disco
homónimo – muito recentemente retirado da incubadora – reside e preside um monolítico,
sombrio e prepotente Stoner Doom oleado
por um denso, sinistro e inflamante Sludge
Metal e ainda orientado por um enigmático, arrastado e extraordinário Heavy Blues de feições luciféricas que
confere uma hipnótica sensualidade a toda esta redentora, musculada e impressionante
ferocidade. A sua sonoridade agressiva, provocante, corpulenta e eletrizante é governada
por uma constante, opulenta e perturbadora euforia que – inundada pelo ardente
e erodente efeito fuzz – nos absorve,
desgasta a lucidez e atesta de uma pesada, temulenta e nebulosa adrenalina. É
de semblante caído sobre o peito, olhar selado e a alma entregue a um pesado
entorpecimento que nos balanceamos na instintiva resposta a uma guitarra
demoníaca que se engrandece em graníticos, sólidos e fumarentos riffs e se desvaira em vertiginosos, viscerais
e estonteantes solos, um baixo poderoso e tenebroso que vocifera linhas possantes,
dominantes e opressoras, uma bateria imensamente violenta locomovida a energia
e emoção, e uma voz revolta, ecoante e cavernosa que se liberta e soergue de
toda esta turva e psicotrópica bruma exalada pelas narinas de ‘Opium
Heathen’ para detonarem nos mais longínquos céus estelares. Este é um
álbum repleto de pujança que nos agride do primeiro ao derradeiro tema. Um
indomável, brutal e monolítico tsunami
que em nós colide, deixando-nos completamente soterrados numa profunda e
imperturbável narcose. Enfrentem destemidamente todos os sintomas provocados por
este dominante opiáceo e vivenciem toda a plenitude de um dos álbuns mais espetaculares
lançados em território de 2017.
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