Da carismática cidade australiana de Melbourne chega-nos ‘Passage
to Agartha’ o quinto e novo álbum do poderoso power-duo Hotel Wrecking
City Traders. Lançado oficialmente dia 2 de Setembro pela mão conjunta dos
selos discográficos Cardinal Fuzz / Evil Hoodoo nos formatos físicos de CD
e vinil (ambos com edições ultra-limitadas), neste novo disco da formação
australiana prevalece um entusiástico, impetuoso e robusto Heavy Psych temperado pelo viajante, etéreo e fascinante Space Rock, pelo exótico, ressonante e caótico
Noise Rock e ainda por uma veia experimental que o massaja e irriga do
primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 90 minutos corridos a alta rotação,
numa estimulante, incrível e alucinante odisseia espacial canalizada através de
um hipnótico, delirante e infindável vórtice. Uma vez absorvidos pela tântrica
e psicotrópica essência de ‘Passage to Agartha’, a nossa
lucidez é imediatamente varrida para fora das fronteiras corporais e a nossa
alma tomada de assalto por uma intensa e libertadora euforia que nos cospe violentamente
na vertiginosa direcção dos astros. É humanamente impossível dissimular toda
esta intrigante e provocante avalanche sonora que nos devasta, desgasta e
embebeda sem qualquer moderação. Na índole de toda esta enérgica e ofuscante resplandecência
superiormente dominada por HWCT
estão uma guitarra de aura mística – em constante estádio eruptivo – que desprende
sombrios, furiosos, prepotentes e inflamantes riffs de feições Doom’escas, e uma bateria pujante, atlética e empolgante que compassa, esporeia
e comove toda esta pesada, frenética e destemida cavalgada que desbrava todo o
negro solo estelar. ‘Passage to Agartha’ é um disco que combina e harmoniza a doce lisergia
e a viva emoção. Deixem-se empoeirar, dissolver e inebriar pela temulenta radiância
deste novo capítulo retirado da fausta, deslumbrante e auspiciosa digressão
galáctica de HWCT pelas entranhas do
Cosmos soturno e adormecido, e vivenciem uma das mais duradouras, hipnóticas e prazerosas
narcoses da vossa existência. Não é fácil despertar de ‘Passage to Agartha’ e recuperar
a lucidez que o mesmo nos extorquira ao longo dos 90 minutos distribuídos pelos
6 temas. Um dos álbuns mais morfínicos do ano está aqui.
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