Depois de ter premiado o seu
álbum de estreia ‘In the Wind’ (review
aqui) com o rótulo de melhor disco de 2016, R.I.P. está de regresso com o seu segundo álbum designado ‘Street Reaper’ e recentemente lançado
pela prestigiada RidingEasy Records nos
formatos físicos de CD e vinil. Esta furiosa e pujante banda natural da cidade de
Portland (Oregon, EUA) pratica um tenebroso,
frenético, ardente e poderoso Street
Doom de desenfreada condução Punk’eana
que nos pontapeia, estimula e incendeia do primeiro ao último tema. A sua
sonoridade bastante característica – nada recomendável a cardíacos – de feições
sinistras, robustas, inquisidoras, e diabólicas circunda-nos, sombreia-nos e
sulfata-nos de adrenalina. Não é fácil enfrentar todo este monolítico, enfurecido
e devastador turbilhão de euforia desprendido por ‘Street Reaper’ que pronta
e violentamente nos persegue, sacode e arremessa para um intenso estádio mental
de prazerosa e redentora desordem. Entrem em erupção ao inflamante, portentoso
e atemorizante som de uma guitarra sádica que se manifesta e amuralha em riffs provocantes, enigmáticos, graníticos
e exaltados, e se enleva e desvaira em fervorosos, atordoantes, ciclónicos e
empolgantes solos. Sintam o quente, poderoso e reverberante bafo de um baixo vigoroso,
corpulento e dominante, detidamente entregue a linhas coesas, hipnóticas e
pulsantes que mareia todo este álbum. Resistam às constantes, impiedosas e excitantes
chicotadas de uma bateria diligente e galopante que nos esporeia com uma
vibrante, enérgica, libertadora e absorvente emoção, e intriguem-se com a voz penetrante,
gélida, luciférica e inebriante – narradora de heréticas fábulas – que assombra
toda a brumosa, profana e tumultuosa atmosfera de ‘Street Reaper’. Este é
um álbum convulsivo e arrebatador que nos obriga a uma agitada e exuberante
resposta comportamental. Ainda que este seu novo disco não me tenha conquistado
com a veemência do primeiro, estará certamente perfilado por entre os melhores
dos melhores registos de 2017. Quanto à banda em si, R.I.P. é neste momento uma das bandas que mais me impressiona e
consequentemente das que mais anseio poder vivenciar ao vivo.
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