Sopradas as dez velas
referentes ao décimo aniversário da sua carreira, este apaixonante power-duo natural da pequena e pacata cidade de Saarbrücken (Alemanha) presenteia-nos com o seu novo álbum apelidado de ‘The
Rhythm Of Ooze’, muito recentemente lançado pelo influente selo
discográfico londrino Fuzz Club Records
nos formatos físicos de CD e vinil. Estes dois cowboys da era moderna chamados de Pretty Lightning conjugam na perfeição o dourado, agradável e
floreado Psych Rock da época sessentista com um inebriante, luxuoso e
aliciante Delta-Blues, um inflamante,
ferrugento e galopante Garage Rock e
ainda um envolvente, lenitivo e paisagístico Krautrock de aura meditativa numa bem-sucedida receita sonora capaz
de persuadir e comover o mais céptico dos ouvintes. A sua sonoridade desértica,
quente e carismática remete-nos para o velho oeste norte-americano, montados
num cavalo de marcha solitária e despreocupada que – debaixo de um Sol vigilante
que transpira um bafo intenso e fervilhante – serpenteia todo um faustoso
jardim onde imponentes Saguaros se elevam das areias tisnadas e espreguiçam na
direcção do céu turquesa. ‘The Rhythm Of Ooze’ encerra
toda uma fascinante atmosfera Western’eana
que nos cavalga a alma do primeiro ao derradeiro tema. São 45 minutos climatizados
e governados por uma essência árida que nos abraça, embebeda e deleita com
desarmante sublimidade. Mordam os lábios, fechem os olhos e desatem a cabeça ao
instigante som de uma guitarra ardente que se incendeia em riffs dançantes, eróticos
e excitantes e se transcende em solos vibrantes, entusiásticos e arrepiantes. Sintam
os vocais absorventes, viscerais e ecoantes que flutuam o instrumental e batam
o pé à hipnótica e contagiante boleia rítmica de uma bateria tribal que esporeia
toda esta arrebatadora digressão pela majestosidade e infinidade desértica. ‘The
Rhythm Of Ooze’ conquistara-me à primeira audição. Um disco detentor de
uma alma idosa e poeirenta onde a minha se dissolveu e extasiou. Cavalguem este
soberbo álbum de Pretty Lightning e
bronzeiem-se no resplendor de um dos mais cativantes álbuns de 2017.
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