quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Review: ⚡ Spectral Haze - 'Turning Electric' (2017) ⚡

Da capital norueguesa chega-nos o novo e esplendoroso álbum da banda Spectral Haze apelidado de ‘Turning Electric’ e oficialmente lançado no passado mês de Novembro pela mão do selo discográfico francês Totem Cat Records sob o formato físico de CD e vinil. Baseado num enigmático, brumoso, delirante e morfínico Heavy Psych, temperado por um viajante, sideral e envolvente Space Rock de influência Hawkwind’eana e ainda conduzido por um serpenteante, hipnótico e fascinante Prog Rock, este magnífico disco tem a capacidade de nos desprender e catapultar na vertiginosa direcção da mais densa, colorida e poeirenta nebulosidade estelar. Um deslumbrante, anestésico e penetrante mergulho nas profundezas do oceano cósmico que nos eteriza, prazenteia e alcooliza ao longo dos 33 minutos devidamente repartidos pelos seis temas que incorporam este álbum. ‘Turning Electric’ vem atestado de uma sonoridade liderante, majestosa e estimulante que – de velas íçadas e âncoras recolhidas – golpeia e atravessa os mais impetuosos, agitados e furiosos mares que inundam a infinidade astral. Inalem toda esta psicotrópica exalação suspirada pelos astros e deixem-se diluir numa pesada e profunda hipnose climatizada pelas magnetizantes, sumptuosas e alucinantes danças de duas guitarras narcotizantes que se perdem e encontram por entre riffs elegantes, apaixonantes e grandiosos e solos extravagantes, uivantes e ansiosos, uma bateria galopante de investidas intensas, dinâmicas e velozes, um baixo obscuro de respiração sombreada, possante e torneada, um sintetizador alienígena que perfuma e condimenta toda a sedutora ambiência de ‘Turning Electric’ com um desarmante arrebatamento e desvario, e ainda uma voz ecoante, soberana e intrigante que capitaneia com firmeza e determinação toda esta deslumbrante odisseia capaz de mover os nossos membros e sentidos. De destacar ainda pela positiva o opulento e expressivo artwork brilhantemente pensado e realizado pelo influente artista norte-americano Adam Burke que de forma tão fiel ilustra tudo o que a sonoridade desta formação sediada em Oslo sugere ao ouvinte. Sintam a vossa consciência dissipar-se pelas mais longínquas e inatingíveis fronteiras do Cosmos ao fantástico som de Spectral Haze e comunguem um dos álbuns mais quiméricos de 2017.

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