Da capital norueguesa
chega-nos o novo e esplendoroso álbum da banda Spectral Haze apelidado de ‘Turning Electric’ e oficialmente lançado
no passado mês de Novembro pela mão do selo discográfico francês Totem Cat Records sob o formato físico
de CD e vinil. Baseado num enigmático, brumoso, delirante e morfínico Heavy Psych, temperado por um viajante,
sideral e envolvente Space Rock de
influência Hawkwind’eana e ainda
conduzido por um serpenteante, hipnótico e fascinante Prog Rock, este magnífico disco tem a capacidade de nos desprender
e catapultar na vertiginosa direcção da mais densa, colorida e poeirenta nebulosidade
estelar. Um deslumbrante, anestésico e penetrante mergulho nas profundezas do
oceano cósmico que nos eteriza, prazenteia e alcooliza ao longo dos 33 minutos
devidamente repartidos pelos seis temas que incorporam este álbum. ‘Turning
Electric’ vem atestado de uma sonoridade liderante, majestosa e estimulante
que – de velas íçadas e âncoras recolhidas – golpeia e atravessa os mais
impetuosos, agitados e furiosos mares que inundam a infinidade astral. Inalem
toda esta psicotrópica exalação suspirada pelos astros e deixem-se diluir numa pesada
e profunda hipnose climatizada pelas magnetizantes, sumptuosas e alucinantes
danças de duas guitarras narcotizantes que se perdem e encontram por entre riffs elegantes, apaixonantes e grandiosos
e solos extravagantes, uivantes e ansiosos, uma bateria galopante de investidas
intensas, dinâmicas e velozes, um baixo obscuro de respiração sombreada,
possante e torneada, um sintetizador alienígena que perfuma e condimenta toda a
sedutora ambiência de ‘Turning Electric’ com um desarmante
arrebatamento e desvario, e ainda uma voz ecoante, soberana e intrigante que
capitaneia com firmeza e determinação toda esta deslumbrante odisseia capaz de
mover os nossos membros e sentidos. De destacar ainda pela positiva o opulento
e expressivo artwork brilhantemente pensado
e realizado pelo influente artista norte-americano Adam Burke que de forma tão fiel ilustra tudo o que a sonoridade desta
formação sediada em Oslo sugere ao
ouvinte. Sintam a vossa consciência dissipar-se pelas mais longínquas e
inatingíveis fronteiras do Cosmos ao fantástico som de Spectral Haze e comunguem um dos álbuns mais quiméricos de 2017.
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