domingo, 21 de janeiro de 2018

Review: ⚡ Crypt Trip - 'Rootstock' (2018) ⚡

De San Marcos (Texas, EUA) chega-nos um dos mais sérios candidatos a álbum do ano, isto apesar de 2018 ainda viver a primavera da sua existência. ‘Rootstock’ é o segundo e novo álbum do provocante tridente ofensivo Crypt Trip – lançado muito recentemente em formato físico de CD através da sua página oficial de Bandcamp – e vem nutrido e robustecido de um inflamante, intenso e empolgante Heavy Psych N’ Blues locomovido por um elegante, poderoso e excitante Hard Rock de clara devoção setentista. A sua sonoridade de tonalidade quente, ritmada e extasiante envaidece-se num fascinante equilíbrio entre o peso, a robustez, o dinamismo e a subtileza que faz com que a atenção do ouvinte gravite na sua órbita do primeiro ao último tema. São cerca de 40 minutos tanto entregues a uma desenfreada e alucinante galopada que nos hipnotiza, sacode e euforiza, como dedicados a uma saturada atmosfera enevoada por um psicadelismo ensolarado, anestésico e requintado que nos abraça, enfeitiça e deslumbra com tremenda facilidade. Estes descendentes da libidinosa sonoridade ZZ Top’eana têm em ‘Rootstock’ um registo detentor de uma personalidade muito bem conspirada e apurada que promete converter os mais cépticos em seus devotos entusiastas. Deixem-se influenciar e enlevar pelos tirânicos bailados de uma guitarra dominante que se tonifica em riffs dinâmicos, hercúleos e viris, e se revolta em virtuosos, atordoantes e vertiginosos solos. Dancem de forma detida e apaixonada ao envolvente som de um baixo magnetizante, atlético e pulsante de linhas diligentes, tensas, criativas e arredondadas. Balanceiem a cabeça em movimentos pendulares de ombro a ombro na instintiva resposta a uma bateria expedita, veloz e acrobática – de soberba orientação rítmica – que nos incendeia e prazenteia de uma veemente adrenalina, e sintam-se seduzidos por uns vocais sedosos, harmoniosos e intoxicantes que graciosamente sobrevoam e catalisam toda esta excitante e refinada atmosfera de ‘Rootstock’. Se eu já sustentava uma irrepreensível admiração por este exímio power-trio de instrumentos apontados aos corpulentos e vibrantes 70’s, a produção e consequente degustação deste seu novo álbum acaba de catapultar Crypt Trip para o mais alto pináculo da minha preferência musical. Este é indubitavelmente o meu álbum favorito brotado até ao momento no fresco e tenro solo de 2018. Comovam-se e exaltem-se n’Ele.

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