terça-feira, 3 de abril de 2018

Review: ⚡ Stonila - 'Prophecy' (2018) ⚡

Da Grécia chega-nos a afável e balsâmica brisa sonora de Stonila com o lançamento do seu terceiro e novo álbum apelidado de ‘Prophecy’ que conhecera a luz do dia no passado dia 13 de Março através da página oficial de Bandcamp. Este deslumbrante registo da formação helénica – lançado apenas em formato digital – ostenta um quente, ritmado, consagrado e ofuscante Desert Rock amolecido, massajado e inebriado por um edénico, meditativo, místico e lenitivo Psych Rock que – do primeiro ao derradeiro tema – nos mantém envolvidos numa penetrante, maravilhosa e extasiante hipnose. A sua sonoridade imensamente visual edifica, distende e renova no nosso firmamento todo um paradisíaco tapete desértico mareado por aveludadas, finas e bronzeadas areias, sobrevoado e massajado por uma suave bafagem, e vigiado por um intenso e vibrante Sol perpetuado e debruçado nas montanhas que emolduram o horizonte. ‘Prophecy’ segreda-nos uma adorável narrativa que nos seduz, intriga e conduz numa sagrada caravana de encontro aos braços do transe espiritual. São cerca de 32 minutos adornados e ensolarados por uma ambiência endeusada que nos massaja e imortaliza numa profunda, plena e inamovível sensação de bem-estar. Convertam-se em devotos seguidores de Stonila à encantadora boleia sonora de duas guitarras liderantes e proféticas que se auxiliam na construção de riffs radiosos, comoventes, delicados e voluptuosos, e se cortejam e esgotam em solos delirantes, ostentosos, hipnóticos e alucinantes capazes de nos embebedar de uma euforia contida. Balanceiem os vossos corpos submissos na instintiva resposta a um baixo oscilante de linhas possantes, espessas, cadenciadas e dançantes, e desprendam a cabeça em movimentos pendulares de ombro a ombro na conjugação com uma arrebatadora bateria de ritmicidade branda e relaxada que complementa na perfeição toda portentosa digressão desértica. Dissolvam-se nas areias movediças desta verdadeira ode epicurista batizada de ‘Prophecy’ e deixem-se canonizar pela magnetizante, messiânica e desarmante religiosidade doutrinada por Stonila. Este é indubitavelmente um dos meus registos favoritos de um ano que tem sabido combinar a quantidade com a qualidade. Comunguem-no detidamente.

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