Prestes a celebrar o seu 20º
aniversário, esta célebre banda sediada no estado norte-americano de Connecticut acaba de lançar o seu novo
álbum ‘Bells In New Towns’ pela mão
do influente selo discográfico dinamarquês El
Paraiso Records (amadurecendo – assim – a ligação entre as duas partes) nos
formatos físicos de CD e vinil. Fundamentado num contemplativo, primaveril, etéreo
e lenitivo Psych Rock de essência
estelar, brilhantemente perfumado e climatizado por um ofuscante, adorável,
sonhador e deslumbrante Shoegaze de
bafagem onírica, este 16º álbum de Landing
tem a capacidade nos envolver numa densa, profunda e morfínica hipnose que nos assedia
os sentidos e esborrata a lucidez. A sua sonoridade revestida e maquilhada por
um radiante e sublime misticismo desprende a nossa alma e a ascende a um
sagrado oásis onde a mesma se banha e deleita ao longo de todo o álbum. São
cerca de 40 minutos de duração – devidamente repartidos e fluidos pelos 10
temas que gravitam ‘Bells In New Towns’ – aureolados por uma desarmante, prazerosa
e intoxicante atmosfera idílica que nos hipnotiza, massaja e tranquiliza corpo e
mente. Desmaiem e mergulhem na intimidade deste sonho acordado ao fascinante som
conjugado de uma guitarra astral que dedilha afáveis, estarrecedores, sedutores
e deleitáveis acordes, duas vozes aveludadas, ecoantes, translucidas e cuidadas
que se cruzam e descruzam com harmonia e cumplicidade, um baixo sombreado e
balanceado a linhas oscilantes, murmurantes e sonolentas, uma bateria cintilante
de cadência firme, repetitiva e galopante, e um espirituoso sintetizador guiado
pelas estrelas que – com uma apaixonante, enigmática e inebriante alquimia – borrifa
e formoseia toda a maravilhosa e ostentosa ambiência sonora do álbum. Confesso que
‘Bells
In New Towns’ foi um caso de amor à primeira audição. Um álbum detentor
de uma ternura e sublimidade incapazes de causar indiferença ao ouvido e alma
do ser humano. É demasiado fácil deixarmo-nos dissolver na sua ébria majestosidade
e alcançarmos o tão secreto e almejado transe espiritual. Este é – indubitavelmente
– um dos registos mais fabulosos e veneráveis lançados até ao momento em 2018.
Percam-se e encontrem-se nele.
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