terça-feira, 15 de maio de 2018

Review: ⚡ Landing - 'Bells In New Towns' (2018) ⚡

Prestes a celebrar o seu 20º aniversário, esta célebre banda sediada no estado norte-americano de Connecticut acaba de lançar o seu novo álbum ‘Bells In New Towns’ pela mão do influente selo discográfico dinamarquês El Paraiso Records (amadurecendo – assim – a ligação entre as duas partes) nos formatos físicos de CD e vinil. Fundamentado num contemplativo, primaveril, etéreo e lenitivo Psych Rock de essência estelar, brilhantemente perfumado e climatizado por um ofuscante, adorável, sonhador e deslumbrante Shoegaze de bafagem onírica, este 16º álbum de Landing tem a capacidade nos envolver numa densa, profunda e morfínica hipnose que nos assedia os sentidos e esborrata a lucidez. A sua sonoridade revestida e maquilhada por um radiante e sublime misticismo desprende a nossa alma e a ascende a um sagrado oásis onde a mesma se banha e deleita ao longo de todo o álbum. São cerca de 40 minutos de duração – devidamente repartidos e fluidos pelos 10 temas que gravitam ‘Bells In New Towns’ – aureolados por uma desarmante, prazerosa e intoxicante atmosfera idílica que nos hipnotiza, massaja e tranquiliza corpo e mente. Desmaiem e mergulhem na intimidade deste sonho acordado ao fascinante som conjugado de uma guitarra astral que dedilha afáveis, estarrecedores, sedutores e deleitáveis acordes, duas vozes aveludadas, ecoantes, translucidas e cuidadas que se cruzam e descruzam com harmonia e cumplicidade, um baixo sombreado e balanceado a linhas oscilantes, murmurantes e sonolentas, uma bateria cintilante de cadência firme, repetitiva e galopante, e um espirituoso sintetizador guiado pelas estrelas que – com uma apaixonante, enigmática e inebriante alquimia – borrifa e formoseia toda a maravilhosa e ostentosa ambiência sonora do álbum. Confesso que ‘Bells In New Towns’ foi um caso de amor à primeira audição. Um álbum detentor de uma ternura e sublimidade incapazes de causar indiferença ao ouvido e alma do ser humano. É demasiado fácil deixarmo-nos dissolver na sua ébria majestosidade e alcançarmos o tão secreto e almejado transe espiritual. Este é – indubitavelmente – um dos registos mais fabulosos e veneráveis lançados até ao momento em 2018. Percam-se e encontrem-se nele.

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