Da capital francesa
chega-nos o estético e distinto EP de estreia do
jovem tridente Howard. Lançado muito
recentemente nos formatos de digital e CD através das suas páginas oficiais de Bandcamp e Bigcartel, este ‘Howard I’ vem fervido num ardente,
sedutor, arrebatador e envolvente Stoner
Rock estimulado e inflamado pelo urticante e chamejante efeito Fuzz
e em agradável parceria com um elegante, tentador, encantador e exuberante Blues Rock de aroma adocicado. A sua
sonoridade apaixonante, catalisadora, carismática e embriagante – conduzida a
dinamismo, vivacidade, inspiração e habilidade – causa no ouvinte uma intensa sensação
de apego e deslumbramento que o acaricia do primeiro ao derradeiro tema. São cerca
de 17 minutos ensolarados e aquecidos por uma esplendorosa, mágica, sumptuosa e
intimista atmosfera que nos abraça, afaga e conquista. Embrenhem-se na fascinante,
perfumada e provocante melosidade transpirada e propagada por ‘Howard
I’ à paradisíaca boleia sonora de um intrigante, sublime e liderante órgão
Hammond de irresistíveis, exóticos,
apoteóticos e notáveis bailados que se envaidecem e enaltecem na consistente, robusta,
torneada e oscilante sombra de um sintetizador Moog que se camufla de baixo, uma maravilhosa e ostentosa guitarra de
poderosos, reverberantes, reluzentes e primorosos riffs que desaguam em alucinantes, cuidados, aparatosos e desarmantes
solos, uma voz refrescante, melodiosa, amistosa e revigorante, e uma bateria
cintilante – de toque polido, inventivo e emocionante – que tiquetaqueia com leveza,
maestria e firmeza toda esta promissora estreia da prodigiosa banda parisiense.
É-me ainda relevante elogiar o harmonioso artwork
de natureza poética e campesina – superiormente pensado e ilustrado pelo incontornável,
afamado e inimitável artista francês JoRiou – que de forma tão fiel traduzira para a imagem tudo o que a
musicalidade desta obra nos sugere. ‘Howard I’ é um adorável registo que
– apesar da sua curta duração – deixa em nós uma demorada ressaca. Bronzeiem-se
na afável, lenitiva e admirável radiância de Howard e sintam-se atracar num relaxante, inabalável e embriagante estádio
de pleno êxtase que vos mitigará a alma e massajará o cerebelo. Um dos mais audaciosos, requintados e deliciosos EP’s do ano está aqui, na
fabulosa, quimérica e prazerosa essência de ‘Howard I’. Diluam-se nele.
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