Da grande e populosa cidade
de Montreal (Québec, Canadá)
chega-nos o segundo álbum do quarteto Mountain
Dust designado de ‘Seven Storms’. Oficialmente lançado
no passado dia 18 de Maio unicamente em formato digital e promovido através da
plataforma Bandcamp, este novo trabalho
da formação canadense alberga uma sonoridade revivalista de onde sobressai um elegante,
robusto e electrizante Heavy Blues
em consonância com um tirânico, obscuro e dinâmico Proto-Metal de feição setentista.
Num agradável e venerável equilíbrio entre pacíficas, afáveis e melódicas
passagens, e intensas e ardentes comoções de fúria controlada, ‘Seven
Storms’ tem a capacidade de nos envolver, intrigar e hipnotizar do
primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 40 minutos lubrificados e temperados
por uma ritmicidade conduzida a primor, extravagância, luxúria e vigor que
galopa e esporeia durante toda a longevidade deste fascinante registo. Na génese
desta enigmática e despótica obscuridade está uma guitarra que se endurece,
sombreia e enegrece na edificação de riffs
montanhosos, sombrios e poderosos, e se expande e devaneia na invenção e
condução de solos gritantes, ostentosos, meticulosos e excitantes, um baixo reverberante,
pesado e bafejante que se carrega à boleia de linhas pulsantes, massivas, volumosas
e vibrantes, uma bateria diligente, fogosa, vigorosa e provocante de galope turbulento febril e desenfreado, uma voz que pendula
entre a harmoniosa melosidade e a cáustica e ardente impetuosidade, e ainda um magnetizante,
melancólico, imperioso e arrepiante teclado de bailados sumptuosos, carismáticos,
excêntricos e tenebrosos que nos dilatam as pupilas, sustêm a respiração e revolvem
a alma. ‘Seven Storms’ é um álbum detentor de uma essência ocultista
que merece ser comungado e reverenciado com total entrega e paixão. Um aliciante
ritual de adoração esotérica – brilhantemente rezado e liderado por Mountain Dust – que nos absorve, enluta
e promove a um perfeito estádio de encantamento capaz de nos ofuscar e inebriar
com a sua negra radiância. Deixem-se tocar, absorver e amaldiçoar pelo sensual,
demoníaco e letal Bluesy Doom e enfrentem a magia negra de um dos mais lúgubres
registos brotados em 2018. Ensombrem-se nele.
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