Da cidade-capital de Estocolmo (Suécia) chegam notícias de uma nova banda em evolução e já com o lançamento
do seu álbum de estreia agendado para o próximo dia 20 de Julho pela mão do
selo discográfico germânico Tonzonen
Records sob a forma física de CD e vinil. Ainda assim, esta turma sueca deu-me a
irrecusável possibilidade de ouvir em primeira mão este seu tão promissor
trabalho e devo antecipar que se trata mesmo de um registo verdadeiramente
estético, magnético e envolvente. Maioritariamente constituída por membros de Kungens Man, esta jovem banda –
apelidada de Automatism – tem em ‘From
the Lake’ um maravilhoso álbum ensolarado, temperado e acariciado por
um lisérgico, sublime, deslumbrante e edénico Krautrock de condução jazzística,
clima primaveril e propensão astral. A sua sonoridade contemplativa, hipnótica,
delicada e lisérgica – de textura bastante narrativa e visual – convida-nos a
ingressar numa admirável odisseia pela tranquilidade e infinidade cósmica. Mergulhem
nesta profunda e sedosa hipnose que vos anestesiará todos os membros e sentidos
e sintam-se transcender e enlevar ao som conjugado entre duas guitarras etéreas
que dialogam entre si com base em agradáveis, encantadores e afáveis acordes,
um baixo meditativo de linhas pulsantes, sombreadas, marcadas e serpenteantes,
uma bateria magnetizante de galope firme e constante, e ainda um mágico
sintetizador que com a sua fragância inebriante pulveriza toda a atmosfera
lenitiva e onírica de ‘From the Lake’ com uma intoxicante
nebulosidade estelar. De realçar ainda a desarmante maviosidade do artwork superiormente criado pelo artista-baterista
da banda (Jonas Yrlid) que
resplandece pacificidade e traduz com fidelidade para o domínio da imagem tudo
o que a paradisíaca musicalidade de Automatism
sugere ao ouvinte. Este é um registo aureolado por uma ambiência intensamente
sublime que o climatiza do primeiro ao derradeiro tema. Embrenhem-se na sua
extasiante, sagrada e ofuscante luminosidade, e relaxem a vossa espiritualidade
neste verdadeiro oásis musical. Um álbum intensamente prazeroso que induz em
nós toda uma doce sedação capaz de nos massajar, consagrar e saciar a alma
sedenta de algo assim. Não é fácil regressar deste disco e recuperar a lucidez
que nos fora embaciada ao longo dos seus 44 minutos de duração.
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