segunda-feira, 2 de julho de 2018

Review: ⚡ Automatism - 'From the Lake' (2018) ⚡

Da cidade-capital de Estocolmo (Suécia) chegam notícias de uma nova banda em evolução e já com o lançamento do seu álbum de estreia agendado para o próximo dia 20 de Julho pela mão do selo discográfico germânico Tonzonen Records sob a forma física de CD e vinil. Ainda assim, esta turma sueca deu-me a irrecusável possibilidade de ouvir em primeira mão este seu tão promissor trabalho e devo antecipar que se trata mesmo de um registo verdadeiramente estético, magnético e envolvente. Maioritariamente constituída por membros de Kungens Man, esta jovem banda – apelidada de Automatism – tem em ‘From the Lake’ um maravilhoso álbum ensolarado, temperado e acariciado por um lisérgico, sublime, deslumbrante e edénico Krautrock de condução jazzística, clima primaveril e propensão astral. A sua sonoridade contemplativa, hipnótica, delicada e lisérgica – de textura bastante narrativa e visual – convida-nos a ingressar numa admirável odisseia pela tranquilidade e infinidade cósmica. Mergulhem nesta profunda e sedosa hipnose que vos anestesiará todos os membros e sentidos e sintam-se transcender e enlevar ao som conjugado entre duas guitarras etéreas que dialogam entre si com base em agradáveis, encantadores e afáveis acordes, um baixo meditativo de linhas pulsantes, sombreadas, marcadas e serpenteantes, uma bateria magnetizante de galope firme e constante, e ainda um mágico sintetizador que com a sua fragância inebriante pulveriza toda a atmosfera lenitiva e onírica de ‘From the Lake’ com uma intoxicante nebulosidade estelar. De realçar ainda a desarmante maviosidade do artwork superiormente criado pelo artista-baterista da banda (Jonas Yrlid) que resplandece pacificidade e traduz com fidelidade para o domínio da imagem tudo o que a paradisíaca musicalidade de Automatism sugere ao ouvinte. Este é um registo aureolado por uma ambiência intensamente sublime que o climatiza do primeiro ao derradeiro tema. Embrenhem-se na sua extasiante, sagrada e ofuscante luminosidade, e relaxem a vossa espiritualidade neste verdadeiro oásis musical. Um álbum intensamente prazeroso que induz em nós toda uma doce sedação capaz de nos massajar, consagrar e saciar a alma sedenta de algo assim. Não é fácil regressar deste disco e recuperar a lucidez que nos fora embaciada ao longo dos seus 44 minutos de duração.

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