Sendo eu um intratável
aficionado do Hard Rock clássico e,
consequentemente, um grande admirador de bandas contemporâneas que se alicerçam
nas reminiscências musicais do território setentista,
não poderia deixar de elogiar o álbum de estreia do power-trio espanhol Electric
Monolith designado de ‘Resurrect the Dead’. Lançado no
passado mês de Maio nos formatos físicos de CD (pelo selo discográfico espanhol
Red Sun Records) e vinil (pelo selo
discográfico germânico Nasoni Records),
este irrepreensível trabalho da formação fundada em 2015 e sediada na cidade de
Barcelona escuda-se num torneado, galopante,
empolgante e musculado Heavy Rock de
bafagem revivalista que nos prende, seduz e excita do primeiro ao derradeiro
tema. A sua sonoridade de natureza poderosa, requintada, perfumada e imperiosa vagueia
pelas influentes órbitas dos britânicos Black
Sabbath, Led Zeppelin e dos
galeses Budgie perpetuando em nós todo
um carismático sentimento saudosista que nos envolve, revolve e afaga ao longo de todo o
álbum. São cerca de 45 minutos impregnados de uma tirânica e desarmante elegância
brilhantemente nutrida e conduzida por uma guitarra majestosa que se agiganta e
envaidece em supremos, grandiosos, obscuros e ostentosos riffs, e se desdobra na
admirável criação de divinais, desvairados, siderais e exaltados solos capazes
de nos fascinar, embevecer e atordoar com tremenda facilidade, um baixo dinâmico
e reverberante de linhas tensas, densas, robustas e vibrantes, uma bateria John
Bonham’eana soberbamente
ritmada e esporeada a alucinantes, provocantes e ousadas acrobacias locomovidas
a destreza, leveza e delicadeza, e ainda uma voz fecundante, harmoniosa, gélida
e ecoante que tempera, formoseia e lidera toda esta carnavalesca, extravagante e
principesca simbiose sonora. ‘Resurrect the Dead’ é um álbum tremendamente
cativante que nos enfeitiça, respira e atiça do primeiro ao último minuto. Embebedem-se
na sua hipnotizante, redentora e euforizante musicalidade compassada a um frenético
e harmonioso galope, e vivenciem com total exuberância, veneração, enlevo e submissão
um dos mais belos e emblemáticos registos lançados até ao momento em 2018.
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